Milhares de pessoas continuavam mobilizadas nesta quarta-feira (18) na Armênia contra o ex-presidente Serzh Sarkisian, eleito pelo Parlamento primeiro-ministro com poderes reforçados, um cargo que a oposição considera como uma tentativa para se manter no poder.
No fim do dia, pelo menos 16 mil pessoas se concentravam na capital, Erevan.
"Nossa revolução de veludo se espalha", garantiu o deputado e líder da oposição Nikol Pachinian, diante da multidão que compareceu à praça da República, no centro da cidade, conhecida pelas fontes luminosos, apagadas nesta noite, bem como na véspera.
Os manifestantes, alguns dos quais gritavam "Armênia sem Serhzh" e batiam tambores, estavam na praça com uma bandeira da Armênia de 30 metros, como símbolo de sua unidade, constatou uma jornalista da AFP.
Organizadores da manifestação defenderam uma campanha nacional de "desobediência civil".
O Parlamento deste pequeno país do Cáucaso, cenário nestes dias das mais importantes manifestações nos últimos anos, empossou na terça-feira o ex-presidente, no poder desde 2008. Graças a uma controversa reforma constitucional, ele conseguiu concorrer a um terceiro mandato, e foi designado primeiro-ministro.
O Ministério de Interior pediu aos "organizadores de manifestações para interromperem suas ações ilegais", alertando que teriam que "assumir suas responsabilidades" no caso de uma intervenção policial.
Serzh Sarkisian, que concluiu em março seu segundo e último mandato presidencial, retorna ao poder depois de uma reforma constitucional, em que o chefe de Estado exerce principalmente funções protocolares e o verdadeiro poder Executivo está nas mãos do primeiro-ministro.
Mais de 70 pessoas já tinham sido detidas nesta quarta-feira, segundo a polícia.
* AFP