O presidente francês, Emmanuel Macron, homenageou na manhã deste domingo (7) as vítimas dos ataques terroristas em Paris contra a revista satírica Charlie Hebdo e um supermercado kosher, três anos após os crimes.
O tributo começou no final da manhã em frente à antiga sede da publicação satírica, no leste de Paris, onde os irmãos Saïd e Chérif Kouachi mataram 12 pessoas em 7 de janeiro de 2015.
Entre as vítimas - as primeiras das 241 mortes em ataques extremistas islâmicos na França nos últimos três anos - estavam figuras emblemáticas da revista, como seu diretor e cartunista Charb, os cartunistas Cabu, Wolinksi, Tignous e o economista Bernard Maris.
Após a leitura dos nomes dos mortos, flores foram colocadas em frente ao edifício e um minuto de silêncio foi observado pelos participantes, todos com os rostos fechados e sérios.
Após o hino nacional, a Marseillaise, Emmanuel Macron conversou por um longo momento com as famílias das vítimas.
O presidente francês esteve acompanhado por vários ministros, bem como pela prefeita de Paris, Anne Hidalgo, e o ex-primeiro-ministro Manuel Valls. Vários membros da equipe da revista Charlie Hebdo também estiveram presentes.
A mesma cerimônia foi repetida a poucos metros de distância, onde o policial Ahmed Merabet foi morto pelos irmãos Kouachi quando tentava impedir os jihadistas em sua fuga.
Em seguida, Macron se dirigiu ao supermercado kosher na periferia de Paris, alvo em 9 de janeiro de 2015 de um outro jihadista, Amedy Coulibaly, que matou três clientes judeus e um funcionário.
O chefe de Estado francês passou alguns minutos na loja. Os principais líderes da comunidade judaica da França estavam presentes.
Na segunda-feira (8), o ministro do Interior, Gerard Collomb, representará Macron - que estará em viagem na China - para uma homenagem a Clarissa Jean-Philippe em Montrouge, ao sul de Paris. Esta jovem policial, chamada para atender um acidente de trânsito banal, foi assassinada na rua por Amédy Coulibaly em 8 de janeiro de 2015.
Em 11 de janeiro de 2015, mais de quatro milhões de pessoas foram às ruas das grandes cidades da França. Muitas delas entoando a frase de ordem "Je suis Charlie" ("Eu sou Charlie"), em defesa da liberdade de expressão.
Em uma mensagem publicada neste domingo no Facebook, o ex-presidente François Hollande estimou que "não devemos esquecer absolutamente nada sobre esses terríveis dias".
"A França pode se orgulhar de ter reagido com dignidade maciçamente em 11 de janeiro com os líderes do mundo, em nome dos direitos humanos e da liberdade".
* AFP