O ano de 2017 foi o mais seguro para a Aviação Civil desde que as estatísticas sobre acidentes de avião começaram a ser registradas em 1946 - anunciaram duas agências especializadas em seus informes divulgados na segunda-feira (1º).
No ano passado, dez aviões com passageiros sofreram acidentes que deixaram 144 mortos no total.
"É o ano mais seguro de todos os tempos, tanto pelo número de acidentes quanto pela quantidade de vítimas", informou o site especializado Aviation Safety Network (ASN).
Em 2016, foram 16 acidentes e 303 mortos, lembrou a rede.
Os números publicados se referem apenas aos aparelhos comerciais civis de transporte de passageiros e aos voos de carga para levar pelo menos 14 passageiros. A estatística não inclui, portanto, o acidente de uma aeronave militar birmanesa em 7 de junho, que causou 122 mortes.
O pior acidente foi o que deixou 12 mortos no domingo (31), na Costa Rica, último dia considerado nas estatísticas.
Cinco dos desastres contabilizados corresponderam a aviões de carga, e cinco, a aeronaves de passageiros, completou o site da ASN.
De acordo com números provisórios, em 2017, houve 36,8 milhões de voos no mundo todo, o que significa um acidente a cada 7,36 milhões de voos.
Se o conjunto de acidentes em aparelhos militares e voos não comerciais forem levados em conta, o número de vítimas chega a 230 em um total de 24 acidentes, indicou a mesma agência. Ainda assim, ressalta a ASN, 2017 o ano mais seguro da história da Aviação.
"O ano passado foi outro ano excepcionalmente bom para a segurança na Aviação Civil", ressaltou o pesquisador Adrian Young, da agência holandesa To70, especializada no setor, em outro estudo concentrado nos aparelhos de mais de 5,7 toneladas que transportam passageiros.
O avião continua sendo o meio de transporte mais seguro: com um aumento estimado em 3% no tráfego aéreo, na comparação com 2016, a probabilidade de morrer em um acidente de avião comercial é de "uma em 16 milhões de voos", segundo Young.
O informe da agência To70, presente na Europa, na Austrália, na Ásia e na América Latina, ressalta que, "apesar das boas notícias", a baixa taxa de acidentes no ano passado deve ser vista como um "golpe de sorte".
"Estatisticamente, com mais de 30 milhões de voos, há muito pouca diferença entre dois acidentes e dez acidentes", explicou Adrian Young, advertindo que os inúmeros aparelhos eletrônicos nas bagagens dos passageiros são fonte de preocupação, devido aos riscos de incêndio, ou de explosão das baterias de lítio.
* AFP