O presidente americano Donald Trump desembarcou nesta quarta-feira (8) na China, a etapa mais delicada de uma viagem asiática dedicada principalmente a forjar uma frente comum contra as ambições nucleares da "cruel ditadura" da Coreia do Norte.
O avião presidencial pousou no aeroporto de Pequim, vindo de Seul, para uma visita de menos de 48 horas à China, país que o republicano criticou duramente antes de sua eleição, há exatamente um ano, com a acusação de que "roubou" milhões de empregos dos Estados Unidos.
Recentemente, no entanto, Trump elogiou o presidente chinês Xi Jinping, pois sua ajuda é essencial em sua missão contra a Coreia do Norte.
"Espero com muito impaciência a reunião com o presidente Xi, que acaba de obter uma grande vitória política", escreveu Trump no Twitter algumas horas antes de chegar a Pequim.
Trump se referia ao novo mandato de cinco anos obtido por Xi Jinping no recente congresso do Partido Comunista da China (PCCh) e, portanto, à frente do país de maior população do mundo.
Donald Trump, que desceu do avião ao lado da esposa Melania, visitará nesta quarta-feira (8) acompanhado de Xi Jinping a Cidade Proibida de Pequim, o antigo palácio dos imperadores chineses. Mais tarde eles jantarão ao lado de suas esposas. A parte política da viagem está programada para quinta-feira (9).
— Ele o elogia para preparar o terreno e deixá-lo de bom humor porque tem coisas desagradáveis a dizer — opinou o sinólogo Jean-Pierre Cabestan, da Universidade Batista de Hong Kong.
A China, responsável por 90% do comércio com a Coreia do Norte, está em uma posição crucial para pressionar o regime de Kim Jong-Un, que em setembro realizou um novo teste nuclear.
O governo chinês se comprometeu a aplicar estritamente as últimas sanções da ONU contra a Coreia do Norte, mas rejeita as ameaças de Donald Trump e defende um diálogo com o país vizinho.
Antes de viajar a China, Trump fez em Seul uma nova advertência ao regime norte-coreano, com o apelo para que abandone o programa nuclear e saia do isolamento através da diplomacia.
— Não nos subestimem — declarou Trump em um discurso no Parlamento de Seul.
— Todas as nações responsáveis devem unir suas forças para isolar o brutal regime da Coreia do Norte — insistiu Trump diante dos deputados sul-coreanos. — Não se pode apoiar, fornecer ou aceitar — completou, em referência à China e à Rússia.
Aplaudido pelos parlamentares sul-coreanos, Trump advertiu que não deixará que "as cidades americanas sejam ameaçadas com a destruição".