A Marinha argentina encerrou, nesta quinta-feira (30), as buscas pelos 44 tripulantes do submarino ARA San Juan, que desapareceu em 15 de novembro, no Atlântico Sul. As buscam pelo casco da embarcação continuam, informaram as autoridades.
— Mudança de fase (de resgate) para a busca — declarou o porta-voz da Marinha, Enrique Balbi.
Segundo ele, apesar de não ser possível afirmar que os tripulantes morreram, "não há evidência alguma do naufrágio nas áreas exploradas" e já transcorreu o "dobro do tempo" estimado para se encontrar alguém com vida.
A última comunicação foi enviada na data do desaparecimento. Balbi afirmou, na segunda-feira (27), que o submarino sofreu um curto-circuito em uma das baterias. Informações oficiais apontaram ainda que uma explosão foi registrada no mar no mesmo dia da perda de contato. Após o anúncio do encerramento das buscas da tripulação, familiares dos marinheiros reagiram de forma diversa.
— Acabam de atirar pela janela a última esperança que tínhamos — disse ao canal C5N Luis Tagliapietra, pai de Damián "Lucho" Tagliapietra, 27 anos, um dos membros da tripulação do "ARA San Juan".
Já Jorge Villareal, pai do oficial Fernando Villareal, 38, não desiste:
— Sigo com esperança e fé, nosso otimismo permanece, independentemente do que eles dizem.
Fabricado na Alemanha em 1983, o submarino de 65 metros foi incorporado à frota argentina em 1985. Em 2014, passou por manutenção e, segundo a Marinha, estava "totalmente operacional".
O submarino era usado para o controle da pesca ilegal nas águas argentinas do Atlântico Sul, onde navios estrangeiros se aventuram com frequência. A Argentina possui outros dois submarinos: o San Luis, em reparos, e o Salta, atracado na base de Mar del Plata.