Os chanceleres europeus manifestaram nesta segunda-feira (16) sua preocupação com o questionamento por parte do presidente americano, Donald Trump, do acordo nuclear com o Irã, advertindo que pode afetar as ações internacionais contra o programa nuclear norte-coreano.
"Qualquer passo que fragilize a arquitetura global da não-proliferação nuclear em outros lugares torna nosso trabalho mais difícil na Coreia do Norte", disse a chefe da diplomacia do bloco, Federica Mogherini, ao chegar a uma reunião de ministros em Luxemburgo.
O Irã e as potências do P5+1 (Estados Unidos, Rússia, China, Reino Unido, França e Alemanha) firmaram em 2015 um acordo que previa a suspensão progressiva das sanções em troca da garantia de que Teerã não desenvolveria a bomba atômica.
Federica foi mediadora desse acordo.
A Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA) confirmou que, até o momento, o governo iraniano vem cumprindo seus compromissos. Ainda assim, Trump anunciou na sexta-feira que não ratificaria o acordo e deixou em aberto a ameaça de se retirar a qualquer momento.
Depois de tomar conhecimento da decisão americana, Mogherini questionou que apenas um país possa pôr fim a uma decisão adotada pelo Conselho de Segurança da ONU.
"Este acordo não é bilateral, é um tratado internacional", explicou, na sexta-feira.
"Se não se respeita mais esse compromisso, como querem convencer a Coreia do Norte de sentar à mesa para encontrar uma solução [a respeito de seu programa nuclear e balístico]?", questionou o chanceler luxemburguês, Jean Asselborn.
Para aumentar a pressão sobre Pyongyang, os 28 devem adotar novas sanções contra o país asiático em resposta a seu último teste nuclear no início de setembro.
* AFP