Depois dos Vingadores, dos X-Men e dos Quatro Fantásticos, um novo quadrinho de super-herói do estúdio Marvel chega às telinhas: quarteto mais atormentado e cerebral do que seus predecessores, os Defensores desembarcam na plataforma Netflix.
O musculoso Luke Cage, um dos únicos super-heróis negros, o místico Iron Fist, a sombria Jessica Jones e o advogado cego Daredevil já tinham sua própria série nesse site de vídeo on streaming.
Agora, estarão reunidos, a partir de 18 de agosto, para combater a ameaça contra Nova York representada por Alexandra (Sigourney Weaver), sem dúvida ligada a uma misteriosa multinacional de atividades tentaculares - The Hand.
É uma curiosa dinâmica que se estabelece entre esses quatro personagens, cada um acostumado a trabalhar sozinho e não totalmente convencido da utilidade de uma aliança.
Em seu primeiro encontro, Luke Cage e Danny Rand (Punho de ferro) chegam a ir às vias de fato.
"Cada um deles acha que sua maneira de fazer é a melhor", disse Mike Colter, que interpreta Luke Cage, em entrevista a alguns jornalistas em Nova York.
"Então, às vezes, eles querem forçar os outros a acompanhar", completou.
As tensões são permanentes no quarteto, com Jessica Jones e Matthew Murdock (Daredevil) em força centrífuga, prestes a se afastar a qualquer momento.
"Jessica é muito reticente. Ela queria não estar lá", descreve Krysten Ritter, que interpreta essa jovem de um atormentado passado.
- Minados por conflitos interiores -
Para unir esses quatro super-heróis, somente uma "ameaça ainda maior sobre Nova York" do que aquelas que costumam ocupar os quatros Defensores, resume Mike Colter.
"A guerra de Nova York está aí, se mexam, juntos", intima Stick, um mestre de artes marciais que é uma espécie de guia espiritual do grupo.
Totalmente filmado em uma grande cidade dos Estados Unidos, "Os Defensores" é impregnado de Nova York - a real, não a cidade-fantasma no estilo Gotham City, de "Batman".
"No passado, filmamos em muitos lugares que fizemos passar por Nova York depois", conta Mike Colter.
"Mas, se você já foi a Nova York, você pode dizer a diferença na hora", acrescenta.
A série se distingue pelos conflitos interiores que atordoam cada um desses heróis.
Jessica Jones, por exemplo, perdeu os pais em um acidente de carro e sofreu para encontrar seu lugar no mundo dos super-heróis. Permanece marcada por "traumas e injustiças", explica Krysten Ritter.
Quando chega a hora de se reunirem, os quatro defensores estão todos em um momento de transição, em busca de identidade, mais frágeis do que sólidos em si mesmos.
Para Krysten, no universo Marvel, "Os Defensores" é, em parte, "baseada na psicologia dos personagens".
"Eu vejo (Jessica Jones) como um personagem, que tem superpoderes, e não como uma super-heroína", comenta, insistindo em que "é, antes de tudo, um personagem".
* AFP