Os dados de inteligência repassados pelo presidente dos Estados Unidos a autoridades russas na semana passada foram fornecidos aos EUA por Israel, informou a AFP com base em notícias da imprensa norte-americana. As informações secretas foram concedidas sob a condição de segredo total, incluindo países aliados, para não expor a fonte.
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Nesta terça-feira, a Casa Branca tentou afastar a ideia de que Trump comprometeu a segurança dos Estados Unidos dando informações secretas ao chefe da diplomacia russa, Sergue Lavrov, durante uma reunião na semana passada.
De acordo com denúncias da imprensa, na reunião com Lavrov o presidente mencionou que o grupo radical Estado Islâmico planejava ataques contra os Estados Unidos utilizando computadores portáteis em voos.
Na quarta-feira passada (10), Trump recebeu o chanceler e o embaixador russo em Washington, Serguei Kisliak, no Salão Oval da Casa Branca. Moscou divulgou apenas algumas fotos do encontro, que transcorreu a portas fechadas. A reunião aconteceu um dia depois de o presidente demitir, de forma inesperada, o então diretor do FBI, James Comey, cuja equipe investigava a possibilidade de complô entre a campanha de Trump e os russos.
No início da manhã desta terça (16), Trump afirmou no Twitter que, como presidente, tinha o direito absoluto de compartilhar fatos com a Rússia.
"Como presidente, quis compartilhar com a Rússia (em um evento aberto da Casa Branca), como é meu direito absoluto, fatos sobre terrorismo e segurança aeronáutica".
Além disso, queria que "a Rússia aumentasse de forma importante sua participação na luta contra o EI e o terrorismo".
Interferência em investigações
Nesta terça-feira, o The New York Times informou que Trump pediu ao ex-diretor do FBI James B. Comey para encerrar o inquérito que investiga as ligações entre o ex-assessor de segurança nacional e Michael Flynn e autoridades russas. Comey foi demitido na semana passada após decisão de Trump. As informações são do The New York Times.
De acordo com o Times, o caso "é a evidência mais clara de que o presidente tentou influenciar diretamente em investigação do Departamento de Justiça e do FBI sobre as ligações entre seus assessores e a Rússia".
*AFP