O presidente argentino, Mauricio Macri, enfrenta, nesta quinta-feira, a primeira greve geral desde que assumiu o poder, há 16 meses. A paralisação foi declarada por três centrais de trabalhadores, que exigem mudanças no modelo econômico do atual governo.
A greve já afeta as operações nos aeroportos, onde foram cancelados centenas de voos. A manifestação também atinge o transporte público e a indústria, e deve paralisar bancos e escolas.
A paralisação de 24 horas coincide com a celebração, em Buenos Aires, do primeiro Fórum Econômico Mundial dedicado à América Latina (WEF AmLat), que reúne políticos, banqueiros e empresários no bairro de Puerto Madero, sob severas medidas de segurança.
Leia mais
Brasileiro defensor dos direitos humanos é suspeito de estupro nos EUA
Síria "não usou e nunca utilizará" armas químicas, afirma chanceler do país
Assad será julgado como "criminoso de guerra", diz chanceler francês
Organizações sociais e grupos de esquerda prometem fechar os acessos a Buenos Aires nas primeiras horas da manhã, e realizar diversas passeatas até o centro da cidade.
– Acredito que as paralisações são uma antiga ferramenta, agora com um governo aberto ao diálogo – declarou a vice-presidente, Gabriela Michetti, ao canal de notícias TN, minutos após o início da greve. – É uma medida extrema que custa bilhões de dólares ao país – lamentou Michetti.
A Argentina, cuja economia recuou 2,3% no primeiro ano do governo Macri, experimentou em janeiro uma leve recuperação, mas a pobreza já atinge 32,9% da população e a produção industrial segue há 13 meses em queda.
A inflação, que segundo analistas chegou a 40% em 2016, evaporou o poder aquisitivo e o consumo interno segue caindo há 13 meses.
Estimativas privadas situam a inflação para 2017 em 21%, enquanto o governo insiste que será de 17% e busca impor seu índice aos reajustes salariais, enquanto os sindicatos exigem uma recomposição em negociações livres com as empresas.
*AFP