Oito pessoas suspeitas de envolvimento no atentado que deixou 13 mortos, na segunda-feira, no metrô de São Petersburgo, foram detidas em Moscou e em São Petersburgo, informou nesta quinta-feira o Comitê de Investigação russo.
"Seis pessoas foram detidas em São Petersburgo e duas em Moscou por seu envolvimento no atentado", afirmou o comitê em um comunicado. As prisões são resultado de "investigação complexa" realizada pelos Serviços de Segurança (FSB) e pelo Ministério do Interior.
Os investigadores confiscaram nas residências dos suspeitos um "artefato explosivo idêntico" ao que foi desativado por agentes na segunda-feira na estação de metrô da praça Vosstaniya, assim como armas de fogo e munições, segundo o comitê.
Leia mais
Explosões em metrô na Rússia deixam ao menos 11 mortos
FOTOS: imagens mostram caos após explosão em metrô na Rússia
Colômbia busca sobreviventes de deslizamento que deixou mais de 250 mortos
As oito pessoas listadas no comunicado têm nomes e sobrenomes originários da Ásia Central. O suposto autor do atentado suicida, Akbarjon Djalilov, nasceu na região de Och, no sul do Quirguistão.
Nesta quinta-feira à noite, o FSB anunciou ter desativado um artefato explosivo de fabricação caseira em um edifício do leste de São Petersburgo, sem dar mais detalhes.
Os investigadores também indicaram ter encontrado "objetos importantes para a investigação" na casa de "cidadãos de países da Ásia Central que estavam em contato com Djalilov".
Homenagens às vítimas
Dez mil pessoas se reuniram no centro de Moscou para deixar flores em homenagem às vítimas. Em São Petersburgo, milhares de pessoas se reuniram em frente à estação do metrô onde ocorreu a explosão da bomba.
As famílias das vítimas enterraram nesta quinta-feira seus parentes, no terceiro e último dia de luto nesta segunda cidade da Rússia. O primeiro enterro, o de Irina Mediantseva, de 50 anos, criadora de bonecas artesanais e mãe de dois filhos foi em Sverdlov, na região de Vsevolojsk, a 20 quilômetros de São Petersburgo.
– Tinha duas filhas. O que aconteceu é horrível – disse a irmã de Irina, durante um funeral ortodoxo.
Entre as vítimas estão vários jovens, como o estudante Maxime Arychev, de 20 anos, originário do Cazaquistão.
Dilbara Alieva, de 21 anos, nascida no Azerbaijão e estudante do terceiro ano de psicologia, morreu no hospital na noite do atentado. Assim como Ksenia Malioukova, estudante de obstetrícia de 18 anos, que ia se encontrar com seu namorado e morreu no atentado.
A Rússia, que comanda na Síria uma operação militar em apoio a Damasco, não sofria um ataque tão impactante desde a explosão em 31 de outubro de 2015 de um avião com 224 pessoas a bordo, que fazia a rota entre o norte do Egito e São Petersburgo.
Desde este atentado reivindicado pelo EI, vários ataques atingiram as instáveis repúblicas russas do Cáucaso e os Serviços de Segurança anunciaram várias vezes ter desmantelado células extremistas com intenção de atacar Moscou e São Petersburgo.