Após a divulgação de informações pela imprensa norte-americana de que agentes russos teriam informações comprometedoras a respeito do presidente eleito, Donald Trump, a Rússia rebateu as acusações, nesta quarta-feira. Em pronunciamento à imprensa, o porta-voz do Kremlin, Dimitry Peskov classificou como "total falsidade" as suspeitas sobre o governo russo.
– O Kremlin não tem informações comprometedoras sobre Trump – assegurou Peskov.
O porta-voz afirmou que as alegações pretendem "minar as relações bilaterais" entre Washington e Moscou. Peskov utilizou a palavra "komrpoma", expressão herdada do jargão soviético que designa informações comprometedoras sobre pessoas suscetíveis de serem submetidas a chantagens.
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Vários meios de comunicação americanos informaram, na terça-feira, sobre a existência de um documento de 35 páginas no qual são detalhadas informações apresentadas como comprometedoras sobre Donald Trump, entre elas a existência de um vídeo de caráter sexual filmado clandestinamente pelos serviços russos durante uma visita a Moscou, em 2013.
O documento, redigido por um ex-agente da contraespionagem britânico considerado crível pelos serviços americanos, também se refere a supostas trocas de informações durante vários anos entre Trump e pessoas próximas e o Kremlin, em ambas as direções.
Segundo a imprensa, a informação foi apresentada a Trump na sexta-feira durante um encontro com os diretores das agências de espionagem que deveriam informá-lo sobre a suposta interferência russa na campanha eleitoral, algo que Moscou nega categoricamente. O conteúdo destas páginas não foi certificado por fontes oficiais.
– É uma falsidade total – afirmou o porta-voz do Kremlin. – A fabricação de semelhantes mentiras é uma tentativa evidente de prejudicar nossas relações bilaterais – acrescentou Peskov às vésperas da posse de Trump, favorável a uma aproximação com Moscou.
– Algumas pessoas atiçam esta histeria – concluiu o porta-voz, que classificou este caso de "caça às bruxas", mesmo utilizado por Trump para desqualificar as acusações.