Um hotel na cidade de Farindola, na província italiana de Pescara, foi atingido por uma avalanche, na noite de quarta-feira, deixando dezenas de pessoas soterradas. De acordo com fontes locais, 22 hóspedes tinham feito check-in no Hotel Rigopiano. Com isso, contando os funcionários, haveria 30 desaparecidos.
Em entrevista à Agência Ansa, o líder das operações de busca e resgate, Antonio Crocetta, disse que "há muitos mortos". Especialistas acreditam que a avalanche tenha sido provocada pelos quatro terremotos que atingiram a zona central da Itália na manhã de quarta-feira, todos com magnitude de 5.0 a 5.4 graus na escala Richter. O hotel fica na região de Abruzzo, uma das mais afetadas pela neve e pelos terremotos.
As pessoas soterradas estão há horas debaixo dos escombros e expostas às baixas temperaturas, já que neva no local. O hotel teria desabado parcialmente, enquanto a outra parte estaria debaixo da neve trazida pela avalanche.
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Pelo menos duas pessoas foram socorridas, uma delas em estado de hipotermia, segundo a agência italiana Agi.
– Eu me salvei porque sai do hotel para pegar uma coisa no carro – disse o médico Giampaolo Parete, de 38 anos, que deu o alarme da avalanche.
Sua esposa e seus filhos ainda estão sob os escombros.
– A avalanche chegou e eu fiquei submerso na neve, mas consegui sair. O carro não ficou atolado e eu esperei as equipes de socorro chegar ali – contou.
A região fica localizada a cem quilômetros de Amatrice, abalada, na quarta-feira, por uma série de terremotos. Era impossível saber, no momento, se a avalanche foi provocada por um desses terremotos, que foram sentidos inclusive em Roma, situada a 180 quilômetros do epicentro.
Cerca de 300 mil pessoas estavam sem energia elétrica no começo da semana na região porque o gelo prejudicou os sistemas de transmissão. Por meio do Twitter, o hotel tinha informado aos hóspedes que estava sem linha telefônica por causa das más condições climáticas. Nenhum dos terremotos de quarta-feira provocou mortos, apenas danos estruturais.
Desde agosto do ano passado, a zona central da Itália sofreu dezenas de terromotos e réplicas, gerando uma média de um tremor a cada cinco minutos, devido aos movimentos tectônicos na região.
Pedidos de resgate
As condições meteorológicas e a neve, que em alguns pontos alcança os dois metros de espessura, dificultaram o acesso a este local isolado na montanha. Um casal que está entre os hóspedes do hotel enviou mensagem de texto aos serviços de emergência da Itália pedindo ajuda.
"Ajuda, ajuda, estamos morrendo de frio", diz o texto.
As equipes de resgate estão usando esquis para chegar aos escombros do hotel. A neve no local chega a uma altura de quatro metros e impediu até o acesso dos carros de resgate e ambulâncias, que tiveram que estacionar a uma distância de nove quilômetros.
– Chamamos pelas pessoas, mas ninguém responde – disse um dos socorristas.
O primeiro alerta de avalanche foi dado às 19h56min de quarta-feira (16h56min de Brasília). Às 23h locais (20h de Brasília), as equipes de resgate informaram que estavam indo em direção ao hotel, mas que levariam cerca de duas horas para chegar ao posto. Naquele momento, falava-se em apenas três desaparecidos. O tamanho da tragédia só foi percebido na madrugada desta quinta.