Em meio a protestos cada vez mais intensos contra a Rússia e seu presidente, Vladimir Putin, surgiu a informação, veiculada pela agência de notícias Interfax, de que a Rússia teria dado um ultimato para a Ucrânia se render na Crimeia. O governo russo, porém, divulgou nota oficial em que nega que tenha havido o ultimato.
De acordo com a mesma agência Interfax, fontes do governo russo definiram os rumores como "bobagem". Às 82 mortes em Kiev, em repressão a protestos contra o governo ucraniano pró-russo (que acabou deposto), soma-se o avanço da Rússia contra a Crimeia, com as tropas posicionadas na fronteira. Esse conjunto de fatos faz de Putin uma espécie de "inimigo número 1" em Kiev.
Senador John McCain exclui possibilidade de intervenção militar dos EUA na Ucrânia
O senador republicano John McCain disse nesta segunda-feira que estava descartada uma intervenção militar dos Estados Unidos na Ucrânia, mas criticou o presidente Barack Obama por sua falta de liderança frente a seu homólogo russo, Vladimir Putin.
- Trata-se de uma intervenção flagrante de Vladimir Putin e isso deveria ser inaceitável para o mundo - afirmou o senador republicano, que foi o rival derrotado por Barack Obama na escolha presidencial de 2008, no preâmbulo de um discurso na conferência anual do principal grupo de pressão pró-israelense dos Estados Unidos, Aipac (American Israel Public Affairs Committee), em Washington.
- Tenho que ser muito franco com vocês, não existe uma opção militar que possamos empreender agora, mas o país mais poderoso, maior e mais forte do mundo dispõe de muitas alternativas - disse o senador.
Entre elas: identificar os "cleptocratas" e sancionar os responsáveis russos mais corruptos incluindo-os na lista Magnitski, criada por iniciativa do Congresso em dezembro de 2012. Os funcionários russos envolvidos na morte na prisão em 2009 do jurista Serguei Magnitski e que figuram nessa lista, são proibidos de entrar nos Estados Unidos e seus bens nesse país estão congelados. Serguei Magnitski denunciou o desvio de fundos públicos por funcionários russos. A crise ucraniana é "o resultado de uma política externa ineficaz" e "ninguém acredita na força dos Estados Unidos", afirmou John McCain.
- O presidente considera que a Guerra Fria está terminada, é verdade, terminou, mas Putin não acredita que já terminou - acrescentou.
As potências ocidentais buscavam nesta segunda-feira uma solução diplomática com a Rússia à crise ucraniana, em um momento em que comandos armados pró-russos controlavam a Crimeia, uma península ao sul da Ucrânia de população que majoritariamente fala russo.
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