Menos de um ano depois da independência do Sudão do Sul, os dois países estão próximos a uma nova guerra. Aviões sudaneses bombardearam ontem três áreas do país vizinho.
Acomunidade internacional pediu que os dois países resolvam com diálogo suas disputas, que vão desde a definição da fronteira até a propriedade de recursos petroleiros.
Os bombardeios do Sudão ao vizinho atingiram um mercado público e quase destruíram uma ponte. Um homem e um menino morreram com o ataque. A região fica próxima à jazida petroleira de Heglig, que havia sido invadida pelo exército sul-sudanês no dia 10. A região petrolífera é uma zona fronteiriça reivindicada pelos dois países, mas reconhecida como sudanesa pela comunidade internacional.
Na sexta-feira, a tensão parecia ter sido aliviada quando o Sudão do Sul disse que retiraria suas tropas de Heglig. Mesmo assim, o Sudão bombardeou o território vizinho.
- Não se negocia com esta gente. Com eles, negociamos com fuzis e balas - afirmou o presidente do Sudão, Omar al-Bashir.
Depois de duas semanas de violentos combates por terra, a região em disputa estava repleta de cadáveres de soldados sul-sudaneses. Os combates danificaram gravemente as instalações petroleiras, que representam a metade da produção do Sudão. Um depósito e oito geradores foram destruídos por um incêndio e o petróleo se espalhou pelo local administrado pelo consórcio majoritariamente chinês Greater Nile Petroleum Operating Company.
A suspensão da produção petroleira em Heglig, desde o dia 10 de abril, enfraqueceu ainda mais a economia sudanesa, em crise desde a divisão do país, que deixou três quartos das reservas petroleiras no Sudão do Sul.
Os ex-rebeldes sulistas do SPLN, no poder no Sudão do Sul desde a independência, em julho passado, teriam perdido 1,2 mil homens.