A ponte provisória entre Lajeado e Arroio do Meio, sobre o Rio Forqueta, no Vale do Taquari, já está liberada para o tráfego de veículos. Com 60 metros de comprimento e capacidade para suportar o peso de até 80 toneladas, a estrutura de metal foi montada por 90 militares do 3° Batalhão de Engenharia de Combate de Cachoeira do Sul.
Não é permitido para pedestres transpor de um lado para o outro. A ponte, que demorou 10 dias para ser implementada, foi colocada a cerca de 3,5 quilômetros distante da estrutura de 150 metros de comprimento que caiu durante a enchente de maio. Os testes de travessia começaram a ser feitos no domingo (11).
Nesta terça-feira (13), a reportagem de Zero Hora sobrevoou a ponte a bordo de um helicóptero Pantera do Exército. Por volta das 10h45min, a equipe pousou no lado de Arroio do Meio.
Havia filas de caminhões pesados e veículos de passeio à espera de autorização para realizar a travessia. Foram instalados semáforos nas duas pontas, e os militares revezam períodos de 15 minutos para os motoristas de cada sentido poder executar o deslocamento. Só pode passar um veículo por vez em cada direção.
O 1º tenente João Lucas Ornellas, do 3° Batalhão de Engenharia de Combate de Cachoeira do Sul, coordenava as operações no local nesta manhã. O militar compartilha a importância da passagem provisória sobre o Rio Forqueta.
— O impacto socioeconômico é incalculável. Porque, além do pessoal que trabalha em Lajeado e mora em Arroio do Meio e vice-versa, aqui é uma via importante para escoamento de produção de grãos, rações e suplementos. Para o povo da região, essa ponte é de grande valia — afirma.
Antes, os motoristas precisavam dar uma grande volta para atravessar de um município para o outro. Os caminhões seguiam pela RS-129 por Roca Sales e Colinas para se deslocar entre a parte baixa e alta do Vale do Taquari. Também viajavam via Nova Bréscia e Coqueiro Baixo, com acesso à BR-386.
— Vim buscar um carro que sofreu um acidente. A ponte está uma maravilha — elogia o motorista de guincho Daniel Bastos, 34 anos, que aguardava para cruzar de Arroio do Meio para Lajeado.
O aposentado Hugo Schmidt, 77, esperava para realizar a travessia pela primeira vez. Ele vive com a família em Arroio do Meio, mas tem empresa em Lajeado.
— A ponte ficou fora de série. O pessoal sofria do lado de lá, era desumano — diz.
O caminhoneiro Haroldo Dadalt, 35, já tinha passado pela travessia mais cedo na parte da manhã. Às 11h15min, esperava a autorização para ir de Arroio do Meio para Lajeado. O profissional transportava ração para suínos.
— A ponte encurtou bastante o trajeto. Antes, eu dava a volta por Roca Sales e Colinas para conseguir ir de um lado para o outro — ilustra.
A obra da ponte de ferro foi executada pela Secretaria de Desenvolvimento Urbano e Metropolitano (Sedur), enquanto a montagem ficou sob os cuidados do Exército.
A Sedur realizou a melhoria e a ampliação da estrada que permite acesso à ponte, além de coordenar e fiscalizar o trabalho das horas-máquinas, num total de 5 mil horas.
A sinalização ficou sob responsabilidade da Empresa Gaúcha de Rodovias (EGR). O valor investido pelo governo do Estado na ponte militar móvel foi de R$ 4,3 milhões.
Por sua vez, a ponte definitiva está prevista para ser concluída entre dezembro deste ano e janeiro de 2025. O valor estimado será de R$ 14 milhões.