As cooperativas terão um papel fundamental para o período de reconstrução da economia do Rio Grande do Sul após a enchente de maio. É esta a conclusão do secretário de Desenvolvimento Econômico do Rio Grande do Sul, Ernani Polo. Em entrevista, ele comenta sobre as negociações com o governo federal e a criação de um plano estratégico para setores do agro, um dos grandes afetados pela catástrofe climática.
Por conta da proximidade com as comunidades gaúchas, as cooperativas exercem um papel importante para o desenvolvimento do Estado. Qual é o papel delas neste período de reconstrução?
É fundamental, como sempre foi no desenvolvimento socioeconômico. No Rio Grande do Sul, são 370 cooperativas, 75,9 mil empregos diretos e 3,8 milhões de associados. É uma força produtiva que movimenta a economia do estado e que certamente pode fazer a diferença neste momento delicado que os gaúchos atravessam.
Tenho acompanhado o trabalho proativo de grandes cooperativas, por meio de doações e ajuda às pessoas atingidas. Essa iniciativa demonstra a disposição do setor para ajudar e certamente podemos contar com a parceria dos sistemas cooperados com um apoio mais direcionado, à medida que a situação for se organizando, pois já estamos na fase de reconstrução e todas as possibilidades estão sendo avaliadas.
Como a Secretaria de Desenvolvimento Econômico está agindo junto às cooperativas para auxiliar neste período de retomada da economia gaúcha?
Tivemos impactos severos e muitas perdas no setor agropecuário, como na área de proteína animal. As cooperativas estão executando o seu papel e ajudando para a retomada das atividades. Para isso, as linhas de crédito são fundamentais para os recursos chegarem aos cooperados, e é neste ponto que a secretaria atua para proporcionar essa aproximação.
Por meio do Gabinete de Apoio ao Empreendedor, liderado pela Secretaria de Desenvolvimento Econômico, em conjunto com a Fazenda e com o Sebrae, estamos conversando com as cooperativas agropecuárias, de proteína animal e de eletrificação e conectando com instituições financeiras que operam as linhas do BNDES.
Como a secretaria apoia as cooperativas gaúchas no fomento à reconstrução não apenas da infraestrutura física, mas também do tecido social e econômico do Estado?
Antes dessa catástrofe climática, já estava em andamento o Plano de Desenvolvimento Econômico do Rio Grande do Sul, no qual já estavam contempladas as cooperativas pela sua natureza, que representa o trabalho, a conexão com as famílias, o viés social e econômico. As cooperativas são uma engrenagem importante para o avanço da economia.
Nossa atribuição, como Estado, é mensurar os impactos e, a partir daí, criar um plano estratégico de ação de recomposição de renda e de inserção dentro deste novo contexto que se apresenta. Estamos dialogando diretamente com todos os setores, incluindo as cooperativas, entendendo as necessidades específicas e trabalhando para ajudar na retomada deste setor tão dinâmico da economia gaúcha.