O campus da Universidade Luterana do Brasil (Ulbra) em Canoas, na Região Metropolitana, vive um cenário diferente dos períodos de aulas. Milhares de desabrigados das cheias ocupam pelo menos seis prédios da instituição de ensino. O centro de logística, onde as doações são recebidas, fica localizado no prédio 16.
— Esta é uma situação inédita para o país. Estávamos aguardando 300 refugiados climáticos. Estamos com cerca de 6 mil desabrigados aqui — relata o reitor Thomas Hermann.
Nesta terça-feira (7), era intensa a movimentação no campus. Os resgatados circulam pelos prédios e também pelo ambiente externo. Muitos voluntários auxiliam e coordenam as doações que chegam. Banheiros químicos e chuveiros para banho são doações necessárias neste momento. Caminhões-pipa estão abastecendo as caixas d'água.
O fotógrafo Luccas Bell, 29 anos, está atuando como voluntário. Morador de Canoas, ele descreve o cenário como um “campo de guerra”.
— As operações funcionam aqui sem interrupções de nenhum serviço por 24 horas.
Dezenas de doações chegam o tempo inteiro, como fardos de água, roupas e colchões. A movimentação não para. A comunicação ocorre por alto-falantes.
E o voluntário comemora o que aconteceria mais tarde:
— Será a primeira noite em que cada desabrigado vai dormir aqui no campus em um colchão.