A elevação do Rio do Sinos em decorrência da chuva dos últimos três dias amplia também o estado de alerta sobre Novo Hamburgo. Conforme a prefeitura, o nível do rio, que vinha baixando lentamente, voltou a subir desde sábado (11), tornando a alagar ruas que já estavam sem água em três bairros bastante atingidos: Santo Afonso, Canudos e Lomba Grande.
"No sábado, o nível do Sinos tinha baixado para 6m55cm e, às 17h desta segunda (13), já havia subido para 7m36cm, seguindo em alta", descreveu o informe da prefeitura remetido à reportagem.
— Nossa prioridade continua sendo a vida e a segurança das pessoas. Ao mesmo tempo, estamos trabalhando em uma solução para o problema do dique — pontuou, em seguida, a prefeita de Novo Hamburgo, Fátima Daudt, em entrevista.
A prefeita contou ter solicitado apoio de especialistas do Instituto Militar de Engenharia (IME), que se reuniram com técnicos de Novo Hamburgo e São Leopoldo, e com representante do Ministério Público, para definir o alerta sobre risco de trânsito pesado na crista do dique, que teve ruptura próximo da divisa entre São Leopoldo e Novo Hamburgo.
Com a sequência de dias chuvosos desde sexta-feira (10), ocorreram deslizamentos em algumas áreas da cidade. No trecho da Avenida Victor Hugo Kunz, entre a Rua Frederico Mentz e a Rua General Daltro Filho, no bairro Hamburgo Velho, ocorre bloqueio total para o trânsito de veículos.
Coleta de descartes
A prefeitura também informou que está com frentes de trabalho para auxiliar a comunidade com a limpeza e o recolhimento de materiais. Nesta segunda-feira, equipes de limpeza atuaram em ruas dos bairros Canudos, Santo Afonso, Industrial e Lomba Grande, recolhendo os objetos descartados por terem sido danificados pela água. O trabalho prosseguirá nas próximas semanas.
"Para quem puder levar os materiais danificados, foi criado um ponto de transbordo (descarte) na Rua Costa e Silva, no bairro Canudos, onde a prefeitura está levando os descartes. Nesse local, as pessoas também poderão levar móveis, eletrodomésticos, entre outros itens que não poderão mais ser utilizados", indicou a nota da prefeitura.
Milhares estão desalojados
Nesta segunda-feira, o município contabilizava mais de 12 mil pessoas desalojadas, sendo cerca de 5 mil abrigadas em 25 abrigos institucionais e voluntários, o maior deles na Fenac, onde estão abrigadas 2.645 pessoas.
Além da assistência aos abrigados, a administração presta atendimento às pessoas desalojadas que estão em casas de familiares e amigos, com entrega de cestas de alimentos e também kits de limpeza e de higiene pessoal.
Sem aulas
Por conta dos impactos do fenômeno climático, as aulas seguem suspensas nas escolas da rede municipal por tempo indeterminado.