Apesar do recuo da cheia, áreas de Cachoeirinha e Gravataí permanecem submersas e milhares de pessoas continuam fora de suas casas. São quase 1,9 mil abrigados em Cachoeirinha e outros 1,7 mil no município vizinho. Contudo, a administração municipal estima que mais de 20 mil pessoas foram desalojadas durante a calamidade nas duas cidades.
Neste domingo (19), boletim da Agência Nacional de Águas registrou nível do Rio Gravataí em 5m55cm. O parâmetro convencional é de 2m60cm. Prefeituras de ambas as cidades programam iniciar serviços de drenagem e limpeza a partir desta segunda-feira (20).
— O cenário é muito triste. Embora algumas pessoas estejam conseguindo voltar para suas casas, o que encontram é destruição e sujeira. A partir de amanhã (segunda-feira), vamos aos bairros para bombear a água que ficou acumulada — conta o prefeito de Cachoeirinha, Cristian Wasem Rosa.
Ele destaca ainda que o município aguarda a resposta ao pedido de reconhecimento ao estado de calamidade apresentado ao governo do Estado. A cidade foi classificada em estado de emergência.
— A demanda por recursos será muito grande. O reconhecimento da calamidade é muito importante para a reorganização da nossa comunidade — argumenta Wasem.
O prefeito explica que o município necessita estender e elevar o dique, que protege a cidade do avanço da cheia do Rio Gravataí. Precisará reparar equipamentos e ampliar a capacidade das casas de bombas, além de outros projetos para reparo e qualificação de infraestruturas.
Na cidade, os bairros afetados são Jardim Conquista, Jardim Vitória, Nossa Senhora Aparecida, Carlos Wilkens, Vila da Paz, Santo Ângelo, Jardim América, Imbuí, Veranópolis, Vila Dique, Parque da Matriz, Meu Rincão e Bom Princípio. O principal acesso da cidade para a Capital, pela ponte sobre o Rio Gravataí, ainda está interditado.
Prevenção custará mais de R$ 300 milhões
Em Gravataí, aulas na rede municipal de ensino e atividades econômicas estão previstas para serem retomadas nesta segunda-feira.
— As escolas vão voltar e empresas, como a General Motors, retornarão à atividade — conta o prefeito Luiz Zaffalon.
Ele explica que diversos projetos estão sendo estruturados para preparar a cidade para o futuro.
— Nosso município não tem nenhum dique. Para enfrentarmos esta nova realidade de eventos climáticos, precisaremos construir estruturas de contenção e drenagem. Nossa análise verificou a demanda por cerca de 130 intervenções necessárias — descreve.
Zaffalon aponta que estão entre as obras projetadas diques para os bairros Caça e Pesca, Morada do Vale, bacias de retardo nos bairros Vila Rica e Itatiaia, entre outros. A estimativa é de investimentos superiores a R$ 300 milhões.