Das 19 casas de bombas que precisaram ser desligadas em Porto Alegre, cinco voltaram a operar. A mais recente a ser religada foi a de número 5, que protege o Parque Humaitá e a Vila Farrapos, na Zona Norte. A preocupação com essa região da cidade, entretanto, permanece. No Sarandi, bairro com o maior número de moradores afetados pela enchente, a água segue subindo.
— No Sarandi, ainda há uma lâmina de água muito alta. Então, nós não estamos conseguindo chegar com caminhões e máquinas lá para fazer essa barreira. Nos últimos dias, nós tivemos uma chuva mais intensa em áreas que contribuem mais para o Rio Gravataí, o que afeta a região — avaliou o diretor-geral do Departamento Municipal de Água e Esgoto (Dmae), Maurício Loss em entrevista à Rádio Gaúcha.
De acordo com o direto do Dmae, é necessário que a água baixe mais no entorno para poder atuar no local:
— Todo o sistema de drenagem vai ter que ser revisitado agora. Ele foi construído no final da década de 60 para 70, com a tecnologia que se tinha. De lá para cá, ele nunca foi colocado à prova da maneira que foi colocado agora, quando aparecem esses erros de engenharia. O dique da FIERGS e o do Sarandi são 8 quilômetros de dique, que precisamos aumentar. A gente estima que vai gastar de R$ 130 milhões a R$ 150 milhões.
Das 23 casas de bombas existentes, Porto Alegre chegou a ter apenas quatro funcionando. Atualmente, nove estão em operação. Além da religação da Estação de Bombeamento de Água Pluvial (Ebap) 5, no Humaitá, o Dmae pretende, nos próximos dias, avançar nos trabalhos nas de número 6 (Anchieta), 4 (Parque Náutico) e 3 (São Pedro), que ficam na altura dos bairros São Geraldo e Navegantes. A expectativa é que a de número 6 seja religada na sexta-feira (17).
— Criamos uma barreira, uma blindagem nas casas de bombas. Tiramos a água interna e partimos para a recuperação de motores — disse Loss.
Na região central da Capital, estão em operação as 12 (Parque Gigante), 14 (que protege a Azenha), 15 (Érico Veríssimo) e 16 (Rótula das Cuias), que chegou a ser desligada novamente nesta quarta, mas voltou a operar - com previsão de ter mais motores funcionando a partir desta quinta. As Estações de Bombeamento de Água Pluvial (Ebap) 7 (que protege Santa Maria Goretti e Vila Sesi), 11A (Vila Hípica), 11B (Hipódromo e Cristal) e 19 (Vila Planetário) não pararam de funcionar.
As unidades que já voltaram à funcionar melhoraram a situação da cidade no enfrentamento da última chuva, conforme Loss:
— Tivemos esse repique do Guaíba, que subiu um pouco na Zona Norte, mas não tanto na zona mais central, Menino Deus, porque são áreas que a gente já conseguiu restabelecer algumas estações de bombeamento. Então, tivemos um novo aumento do nível do lago, mas conseguimos minimizar esses impactos.
ETA Moinhos
Nesta quarta-feira, a operação foi retomada também na Estação de Tratamento de Água (ETA) do Moinhos de Vento. Segundo o Dmae, nesse primeiro momento o sistema está com uma vazão reduzida já que apenas um motor está funcionando. Um segundo motor deve ser instalado nesta quinta (16). A expectativa é que o sistema seja normalizado até sexta.