O presidente da Braskem, Roberto Bischoff, afirmou nesta segunda-feira (4) que a petroquímica tem feito esforços para minimizar os impactos ambientais provocados pelo afundamento do solo em Maceió, capital de Alagoas.
O executivo destacou que a empresa identificou a aceleração da instabilidade na região em novembro, a partir de um relatório interno. Em seguida, a empresa compartilhou informações com as autoridades.
— Percebemos, a partir de um monitoramento que realizamos considerado de primeiro mundo, uma mudança no comportamento do solo e imediatamente informamos às autoridades. O bairro já estava desocupado, quem estava na região eram apenas as equipes da Braskem e 23 famílias resistentes que não haviam deixado o local, mas foram retiradas após ordem judicial — afirmou Bischoff durante o 28º Encontro Anual da Indústria Química (Enaiq).
O executivo afirmou que decidiu falar sobre o tema durante a realização do evento em função de, segundo ele, haver uma grande quantidade de informações veiculadas nas redes sociais e que não necessariamente são precisas:
— Temos bons indicativos de que o solo vem se acomodando — disse.
Bischoff disse ainda que nos últimos quatro anos foram realocadas 40 mil pessoas em 14,5 mil imóveis e mais de 97% das propostas de indenização foram aceitas e pagas por meio do Programa de Compensação Financeira (PCF).
Situação de emergência
Na última sexta-feira, a prefeitura de Maceió decretou situação de emergência por 180 dias por causa do iminente colapso de uma mina de exploração de sal-gema da Braskem, que pode provocar o afundamento do solo em vários bairros, o que poderia provocar o surgimento de uma imensa cratera.
No mesmo dia, o governo federal autorizou o reconhecimento do estado de situação de emergência em Maceió. Isso permite que o Estado e a prefeitura possam ter acesso a recursos emergenciais da União.
A área já está desocupada e a circulação está restrita na região da Lagoa Mundaú, no bairro do Mutange, na capital.