O governador Eduardo Leite reconheceu na manhã desta quarta-feira (4) a necessidade de gestão mais eficiente das estações hidrometeorológicas responsáveis por monitorar as chuvas e os níveis dos rios no Rio Grande do Sul. Recentemente, reportagem da RBS TV mostrou que, das 175 estações existentes no Estado, 70 não estão funcionando. Para Leite, mesmo que todas estivessem operando, seria preciso mais.
— De fato, elas sozinhas não estão sendo suficientes para nos dar o conjunto de informações para uma gestão mais efetiva e eficiente. Sou chato com isso, quero dados, informações, painéis, tudo que me permita ter um controle maior da situação, e nesse caso eu observo que a gente não tem isso — analisou o governador, em entrevista ao programa Gaúcha Atualidade.
Leite afirmou que um grupo de crise deve será montado no governo, para tratar de fenômenos climáticos, semelhante ao que foi feito na pandemia. Haverá contato permanente com comissões técnicas das áreas de economia, social e saúde, com apoio científico externo e planos de educação das comunidades em áreas de risco.
O governador garantiu que serão contratados novos radares meteorológicos e novos estudos hidráulicos, além de admitir a necessidade de manutenção adequada dos sistemas já existentes.
Moradias no Vale do Taquari
No Vale do Taquari — região mais atingida pelas chuvas do início de setembro, que causaram 50 mortes no Estado — ainda há mais de 400 pessoas desabrigadas, segundo estimativa do próprio governo. As medidas de atendimento à região também foram pauta na entrevista do governador.
De acordo com Eduardo Leite, nos próximos dias devem ser finalizadas as tratativas para liberar R$ 660 para que as famílias atingidas possam alugar moradias. Leite disse, no entanto, que esta solução não é adequada para todos os moradores, principalmente de Muçum e Roca Sales. Nestes locais, serão construídas moradias provisórias.
— Todo o esforço está sendo feito para apressar (a construção de casas definitivas), mas o histórico é de dificuldade. O governo não sai ali na esquina com um cartão e contrata uma obra. É preciso fazer o projeto, fazer instalações sanitárias, terraplanagem. Não é só sair colocando tijolo, cimento e sair construindo — explicou Leite.
O chefe do Executivo estadual espera assinar até esta quinta-feira (5) o decreto de declaração de interesse público nas áreas que serão desapropriadas para construção dos módulos temporários em Muçum e Roca Sales.