Após audiência de custódia, a 2ª Vara Judicial de Encantado decidiu na tarde desta quinta-feira (21) manter a prisão do servidor da prefeitura de Roca Sales, Cristian Prade. Ele é investigado pelo crime de peculato — quando um servidor se apropria de bens públicos em razão de cargo.
— Durante a audiência, a prisão dele foi convertida de flagrante para preventiva, após manifestação favorável do Ministério Público, já que se trata de um caso de peculato e considerando a calamidade pública enfrentada pelo município. Agora, a autoridade policial de Roca Sales possui 10 dias para encerrar a investigação — relata a promotora de Justiça do município, Daniela Pires Schwab.
Após a audiência, o servidor foi encaminhado para o Presídio Estadual de Encantado. A Polícia Civil de Roca Sales pretende nesses 10 dias complementar a investigação, de acordo com o delegado Alex Assmann.
— A gente vai mandar peças complementares, buscar mais informações que faltaram eventualmente e juntar no processo. Nesses 10 dias, a Polícia Civil buscará complementar tudo que já foi juntado nos autos, incluindo as oitivas já realizadas — explica.
Prade foi preso em flagrante na quarta-feira (20) por desviar milho e ração que foram doados e seriam destinados às vítimas da enchente que devastou a cidade. De acordo com a Polícia Civil, ele teria orientado voluntários a entregar a carga, avaliada em cerca R$ 9 mil, na propriedade dele, como se fosse um ponto de recebimento de donativos.
O suspeito é biólogo e atua como fiscal ambiental na Secretaria da Agricultura. Na manhã desta quinta-feira, ele foi afastado de suas funções. De acordo com o prefeito de Roca Sales, Amilton Fontana, o afastamento será mantido até que a investigação policial seja concluída. Ainda de acordo com o Executivo municipal, um processo administrativo será instaurado e pode culminar na exoneração de Prade.