Os municípios de Camaquã e Tapes, na Costa Doce, no sul do Estado, suspenderam as atividades escolares nesta quinta-feira (14) após a chuva intensa que atingiu a região nos últimos dias. A situação mais preocupante é em Tapes, onde a medida segue até sexta (15).
A cidade ainda contabiliza moradores desabrigados e desalojados em razão da cheia que alagou dezenas de ruas. Pelo menos 50 famílias foram retiradas de casa e 20 pessoas estão desalojadas. A prefeitura está recolhendo doações de alimentos e cobertores para os atingidos na Escola Cívico-Militar José Divino Barbosa Pereira.
Parte dos moradores foi encaminhada para os ginásios municipais Alvinho e Brizola. O Executivo e a Defesa Civil seguem realizando ações para retirar a população das regiões mais afetadas.
Segundo o coordenador da Defesa Civil local, Adam Bunilha, mais famílias devem ser retiradas dos bairros Vila Nova, Arroio Teixeira e Wolf, os mais atingido. Devido às cheias, o órgão ampliou o monitoramento nas sangas do Meio, Charqueadas e no Arroio Teixeira.
Em razão da chuva, o km 366 da BR-116, trecho do município, segue com interdição nos dois sentidos.
Camaquã
Em Camaquã, as aulas foram suspensas até o final desta quinta em sete escolas. Apesar da trégua na chuva, o município registra ruas com pontos de alagamento, problemas na rede elétrica e ruas de chão batido esburacadas.
Conforme a Defesa Civil, não há desalojados ou desabrigados até o momento, no entanto, o órgão monitora as regiões das ilhas Capororoca, Pacheca e Santo Antônio. O motivo é a elevação das águas do Rio Camaquã, que já atinge algumas residências.
Outro ponto monitorado é a Barragem do Arroio Duro, a qual ultrapassou 100% da capacidade total, atingindo cota de 55m48cm. Para ultrapassar a crista do vertedouro, basta atingir a marca de 54m88cm.
Apesar de estar a sete quilômetros da cidade, não há risco de inundação. As comportas não serão abertas.
— Trabalhamos para trazer segurança para a comunidade. O normal da barragem do Arroio Duro é, nesse período, acumular 100% da capacidade, e o excedente passar pelo vertedouro. Monitoramos o nível do Arroio Duro e ele passa por dentro do perímetro urbano. Temos também outra barragem para contenção de cheias. A capacidade fica reservada para conter o volume das chuvas e evitar que a água vá para o município — disse Everton Fonseca, engenheiro responsável pelo monitoramento da barragem de Camaquã, em entrevista à Rádio Gaúcha.
A Defesa Civil do Estado afirma que, com base no acumulado dos últimos dias, a tendência é de que o Camaquã mantenha a elevação ao menos até sexta-feira, podendo passar o dia em "lenta elevação ou estabilidade".