A Polícia Federal (PF), acompanhada da polícia dos Emirados Árabes, prendeu o empresário Thiago Brennand, 42 anos, acusado de agredir uma modelo em academia de São Paulo e investigado por crimes sexuais.
Brennand estava foragido da Justiça estadual de São Paulo. Inicialmente, a PF informou que a prisão teria sido feita em Dubai, maior cidade dos Emirados Árabes Unidos. Em seguida, a corporação retificou a informação e afirmou que a captura se deu em Abu Dabi, capital daquele país. A captura foi realizada na quinta-feira (13). Agora, o empresário permanecerá nos Emirados Árabes aguardando os trâmites relativos ao processo de extradição.
A prisão preventiva de Thiago Brennand foi decretada após ele descumprir a determinação da juíza Érika Soares de Azevedo Mascarenhas, da 6ª Vara Criminal de São Paulo, para entregar à Justiça seu passaporte até 23 de setembro. O empresário havia deixado o país após ser denunciado por lesão corporal e corrupção de menores.
De acordo com a Polícia Federal, a prisão foi possível porque o nome do empresário consta na lista da difusão vermelha da Interpol, e após contatos realizados pela corporação, em especial da recém-criada adidância da PF na Jordânia, para o cumprimento da medida.
O advogado Ricardo Sayeg, de um dos escritórios de advocacia que defendem Brennand, disse que não poderia dar informações sobre o caso. Esta semana, um pedido de habeas corpus apresentado pela sua defesa foi negado pelo Tribunal de Justiça de São Paulo (TJ-SP).
Brennand é réu não só pelas agressões à modelo Helena Gomes em uma academia de São Paulo, mas também por corrupção de menores, já que teria instigado o filho menor de idade a proferir agressões verbais contra a mulher. Ele também é acusado de tentar intimidar uma promotora pública de São Paulo.
Acusações
Ao menos dez mulheres acusam Thiago Brennand por crimes que vão de assédio sexual a estupro. Em três casos, ele teria mandado tatuar as iniciais de seu nome no corpo das mulheres. As denúncias estão sendo apuradas pelo Núcleo de Atendimento à Vítima de Violência (NAVV) do Ministério Público de São Paulo (MP-SP).
O órgão denunciou o empresário pelos crimes de estupro, cometido cinco vezes, cárcere privado, tortura e lesão corporal gravíssima contra uma vítima que diz que foi forçada a fazer tatuagem com as iniciais de Brennand. Em documento apresentado à Justiça estadual nesta sexta-feira (14), a Promotoria de Porto Feliz, a no interior paulista, ainda o acusa de coação no curso do processo, constrangimento ilegal, por três vezes, ameaça, por quatro vezes, registro não autorizado da intimidade sexual e divulgação de cena de estupro ou sexo, cometido oito vezes. Os promotores ainda requereram a decretação de uma nova ordem de prisão contra o empresário.
A acusação oferecida pelo Ministério Público paulista à Justiça nesta sexta também atingiu o tatuador que foi responsável por gravar iniciais do empresários na vítima, à força. Ele é acusado pelos crimes de tortura e lesão corporal gravíssima.
Em publicação em um canal do Youtube, na madrugada de terça-feira passada, dia 11, o próprio Brennand se manifestou em sua defesa. "Quem é hoje Thiago Brennand? Talvez um inimigo público, talvez um sociopata, talvez um estuprador. Será mesmo?", disse.
Na gravação, ele afirma que nunca teve qualquer antecedente criminal e não respondeu a nenhum processo. O empresário assegura que tem provas para rebater todas as acusações e se diz perseguido. "Vocês vão pagar por tudo o que perdi aí. Estou absolutamente tranquilo. Não estou fugindo. Vocês mexeram com a pessoa errada", disse.