O acúmulo de chuva registrado desde segunda-feira (2) fez com que o Rio Taquari começasse a transbordar na manhã desta terça-feira (3). Em Lajeado, a Defesa Civil calcula que ao menos 20 famílias já deixaram as suas casas, sendo que cinco estão desalojadas. Com a ajuda de cinco caminhões disponibilizados pela prefeitura, as primeiras pessoas se deslocaram para residências de familiares. Por volta das 10h, o rio atingiu 19 metros, nível considerado o marco de início da inundação.
Com o curso d´água em constante elevação, a tendência é que a população afetada aumente ao longo do dia. Por isso, autoridades disponibilizam a estrutura do ginásio do Parque do Imigrante para receber os primeiros desabrigados. O local serviu de abrigo também durante as grandes enchentes que atingiram o município em julho de 2020, quando mais de duas mil pessoas tiveram que sair de casa.
A retirada das primeiras famílias ocorreu ainda antes que o rio começasse a inundar as casas. Agentes da Defesa Civil trabalham na prevenção, para evitar as ações em momentos mais críticos da cheia.
— Ainda estamos conseguindo ajudar as famílias através de caminhões. Quando a água subir mais, só vai ser possível acessar de barco e isso dificulta muito a logística. Por isso, estamos incentivando a população ribeirinha a já procurar residências o quanto antes — afirma o coordenador municipal da Defesa Civil de Lajeado, Gilmar Queiroz.
Outras cidades da região ainda não registraram desalojados ou desabrigados, mas já têm problemas causados pelo alto volume do Taquari. Em Arroio do Meio, ruas próximas à margem do rio já estão bloqueadas pela água.
O monitoramento do departamento de hidrologia da Secretaria Estadual do Meio Ambiente (Sema) aponta que os rios Caí e Cadeia, ambos no Vale do Caí, também estão em elevação e prestes a transbordar. Autoridades já se preparam para auxiliar as famílias ribeirinhas .
— Estamos mobilizados para ajudar na retirada das famílias assim que o rio ultrapassar o leito. Isso deve acontecer já nas primeiras horas da tarde — alerta o coordenador regional da Defesa Civil na região, tenente-coronel Sandro Carlos Gonçalves.
Outras bacias hidrográficas que se encontram em regiões com alta precipitação estão em estado de atenção. É o caso do Rio das Antas, Rio Pardo e Rio dos Sinos, que também registram elevação.