As cheias em rios da Fronteira Oeste causadas pelo excesso de chuva fizeram com que centenas de famílias deixassem suas casas desde a última terça-feira (26). A situação mais crítica é em Quaraí, onde ao menos 134 famílias foram retiradas, o que representa mais de 500 pessoas. Desse total, 36 foram encaminhadas para abrigos da cidade. São quatro pontos disponibilizados pela prefeitura para receber e dar apoio às vítimas.
Na manhã desta quarta-feira (27), o Rio Quaraí estava a 12m82cm acima do nível normal. Quando atingiu 9m20cm de elevação, os primeiros moradores do bairro José de Abreu, o mais afetado, tiveram que sair de casa.
Na sequência, pessoas de outros bairros, como Viveiro, Vila Olimpo, Quarta Brigada e parte do Centro viram suas residências inundar. Segundo a empregada doméstica Sílvia Barcellos Couto, é comum que ela deixe sua casa em razão de alagamentos.
— É muito chato ter que sair sempre de casa. A gente compra as coisas tudo novo e quando vê tem que deixar tudo. Mas o que vai fazer? Quando a água vem, a gente tem que sair — reclama.
Autoridades afirmam que o nível do Rio Quaraí já está começando a baixar. No entanto, a possibilidade de novos temporais pode reverter a situação da bacia hidrográfica.
Já em Alegrete, o alerta é ainda maior. O Rio Ibirapuitã já está a 9m80cm acima do normal e segue em elevação. Pelo menos seis famílias já foram retiradas de casa. No entanto, a Defesa Civil acredita que o número de desalojados deve aumentar nas próximas horas. Até agora, ninguém precisou ser encaminhado a abrigos da cidade.
A instabilidade na região tem gerado transtornos em diversos municípios da região. Em Uruguaiana, rajadas de vento de até 80 km/h deixaram 30 casas destelhadas na segunda-feira (25). Também houve transtornos em Santana do Livramento e Caçapava do Sul. Diversos pontos da Fronteira Oeste se encontram sem luz. Segundo a RGE, a área concentra a maioria dos 26 mil clientes desabastecidos na sua área de concessão.
Colaborou Henrique Dihl, da RBS TV