A ordem para queimar dois helicópteros do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) em Manaus teria partido de um empresário de Goiânia, ligado à exploração ilegal de ouro em garimpos na terra indígena Yanomami, em Roraima. O jornal O Estado de S. Paulo obteve a identidade de cada um dos suspeitos pelo ato criminoso, ocorrido em janeiro, e que foram presos em ações da Polícia Federal (PF) que estão em andamento desde a semana passada.
Conforme a investigação, o suspeito de ser o mandante do crime é o empresário Aparecido Naves Junior. Com 35 anos, ele tem uma mansão em Goiânia avaliada em R$ 2,1 milhões, além de duas empresas. Também era dono de aeronaves que seriam utilizadas pelo garimpo ilegal em Roraima e que foram destruídas recentemente por agentes do Ibama.
Conforme apurou o Estadão, Naves Júnior esteve em Manaus dias antes do ato criminoso. Na data do ocorrido, já estava em Roraima.
No acordo firmado com os outros cinco homens que participaram do episódio, o empresário garimpeiro teria acertado de fazer o pagamento de R$ 5 mil para cada um dos que colocaram fogo nos helicópteros. Durante o ato, apenas uma aeronave foi incendiada e outra sofreu avarias.
A localização dos suspeitos foi feita por meio da identificação do carro usado no ato. Thiago Souza da Silva, conhecido "TH", e Wisney Delmiro, vulgo "Poderoso", teriam atuado no crime como intermediários, negociando com os incendiários e o motorista que os levou até o aeródromo de Manaus.
O crime teria contado ainda com a participação do motorista Edney Fernandes de Souza. Os homens apontados como invasores do aeródromo e autores do incêndio são Fernando Warlison Pereira, vulgo "Seco", e Arlen da Silva, conhecido como "Mudinho".
Todos tiveram a prisão temporária decretada, em ações realizada entre os dias 26 de janeiro e esta quarta-feira (2). Já o motorista teve a prisão em flagrante no dia 25 de janeiro, um dia após o crime.
A reportagem tentou contato com representantes do citados, mas não conseguiu retorno. A prisão do suposto mandante do crime, Aparecido Naves Junior, ocorreu na mansão do empresário. Na operação, a polícia se deparou com diversos carros de luxo, com modelos avaliados em mais de R$ 400 mil.