O destino dos quatro réus apontados pelo incêndio da boate Kiss, que são julgados em um júri em Porto Alegre, será definido por seis homens e uma mulher. Eles são os jurados, que formam o Conselho de Sentença, estabelecido com base na escolha de pessoas pinçadas na comunidade.
É o único tipo de julgamento em que a decisão cabe a gente do povo e não ao juiz. Eles dão o veredito: culpados ou inocentes. O magistrado apenas define o tamanho da pena. Os nomes dos jurados não são divulgados a pedido do Tribunal de Justiça para evitar a exposição.
Os jurados fizeram um pronunciamento em frente ao juiz Orlando Faccini Neto se comprometendo a atuar com imparcialidade. Os sete tiveram permissão para telefonar para seus familiares e se despedir. A partir de agora, ficarão isolados em hotéis durante os intervalos do julgamento.
Os sete jurados serão acompanhados por oficiais de Justiça para evitar que se comuniquem com o público externo até o final do júri. Eles tampouco podem telefonar. Está vetado, também, que conversem entre si sobre o caso em julgamento — a morte de 242 pessoas no incêndio da boate Kiss, em Santa Maria, em 27 de janeiro de 2013. Eles só poderão argumentar no dia da sentença, em debate interno que precede o veredito.
Três dos sete jurados nunca participaram de júri. Eles foram escolhidos na comunidade entre pessoas de conduta considerada exemplar.
De uma lista inicial de 150 existentes em Porto Alegre, 65 compareceram no fórum. Durante o sorteio, os advogados e promotores puderam vetar alguns nomes (sem necessidade de explicar a razão). Foram dispensados 14 jurados sorteados (sete homens e sete mulheres) antes que fossem definidos os sete que ficarão até o final do júri. Caso algum adoeça, o júri é suspenso e remarcado para outra data.