A Polícia Civil já encerrou a investigação sobre o sumiço de três cães comunitários do pátio da prefeitura de Capela de Santana, no Vale do Caí. Apesar de só encaminhar a documentação à Justiça a partir de terça-feira (19), o delegado Alexandre Quintão, da 3ª Delegacia de Novo Hamburgo e responsável pelo caso, já tem a conclusão do inquérito. Segundo ele, dois servidores do Executivo municipal foram indiciados por maus-tratos a animais. Mas a motivação ainda está em aberta, já que eles ficaram em silêncio e o prefeito Alfredo Machado negou que tenha dado ordem para a retirada dos animais.
Os dois funcionários da prefeitura, que não tiveram os nomes divulgados pela polícia, foram responsabilizados porque aparecem em imagens de câmeras de segurança dentro de um ônibus da prefeitura transportando os três cães. Os animais, que ficavam em casinhas no pátio da prefeitura, desapareceram no final de setembro, mas aos poucos foram localizados em cidades dos vales do Sinos e do Caí.
Como não houve flagrante, Quintão diz que os dois vão responder em liberdade pelo crime de maus-tratos a animais, com pena que aumentou depois da sanção no ano passado da nova lei federal sobre o caso. Se condenados, a punição pode ser de dois a cinco anos de prisão, além de multa.
A decisão pelo indiciamento ocorreu após o depoimento do prefeito Machado, que ocorreu no fim da semana passada. Ele negou que tenha dado ordem para a retirada dos três cães e desconhece quem tenha feito isso. Por isso, instaurou duas sindicâncias. Uma para apurar o motivo e a outra o uso de veículo oficial.
Como os dois servidores só falarão em juízo, a motivação pelo sumiço irá ocorrer durante processo judicial ou com a conclusão dos procedimentos administrativos. Outro funcionário, que denunciou o desaparecimento dos cachorros e foi exonerado pela prefeitura logo após o fato, auxiliou a comunidade e entidades de proteção animal nas buscas aos cães. Bernardão, Quinha e Chocolate estão bem após os resgates e encaminhados para novos lares.