
Responsável pelo processo da tragédia da Boate Kiss, o juiz Orlando Faccino Neto disse que 34 pessoas serão ouvidas no júri marcado para começar em 1o de dezembro, no Foro Criminal de Porto Alegre. Conforme o magistrado, em entrevista ao Gaúcha Faixa Especial no domingo (6), serão 30 vítimas e testemunhas de acusação e de defesa e os quatro réus. Além disso, há o tempo de manifestação dos advogados de defesa e do Ministério Público.
Os sócios da boate Elissandro Callegaro Spohr e Mauro Londero Hoffmann e os músicos Marcelo de Jesus dos Santos e Luciano Bonilha Leão respondem por homicídio de 242 pessoas e 636 tentativas de homicídio, das vítimas que sobreviveram ao incêndio.
— Precisamos limitar o número de vítimas a serem ouvidas, já que são 636 (que sobreviveram) — explicou Faccini.
O magistrado não quis projetar o tempo que deverá levar o julgamento, mas disse que “não terminará em dois o três dias” e que não sabe se “passa de 12 ou 15” dias. Até então, o júri de maior duração no Estado foi o que resultou na condenação dos quatro réus acusados de matar o menino Bernardo Boldrini, de 11 anos, crime que aconteceu em abril de 2014. Foram cinco dias de sessão no Foro de Três Passos, em março de 2019.
Faccini Neto disse, ainda, que deverá definir um limite de horas por dia para o julgamento. Sobre o local escolhido, explicou que um novo plenário está em construção no Foro Criminal e que a capacidade deverá ser de até 200 pessoas. Mas adiantou que haverá transmissão em vídeo e possibilidade de telões em outros andares do próprio prédio.
— É um compromisso que eu assumi logo no primeiro despacho. É um júri que se realizará a portas abertas. Não há a menor possibilidade de se realizar esse julgamento sem público — destacou o juiz.