Uma possível paralisação de caminhoneiros divide entidades da categoria no Rio Grande do Sul. A iniciativa está programada para a segunda-feira (1°) e busca articulação nacional. A aplicação do piso mínimo de frete e mudanças na política de preço do diesel estão entre as reivindicações da categoria.
Um dos representantes do movimento no Estado, o presidente do Sindicato dos Transportadores Autônomos de Bens de Rio Grande (Sindicam), José Roberto Tadeu da Rosa, estima que, no município do sul do Estado, a adesão à paralisação será de 80%. O Sindicam conta com cerca de 500 associados. O ato deve começar à 0h de segunda-feira e não tem data para acabar, segundo o líder sindical.
Rosa destaca que já recebeu ligação de caminhoneiros autônomos de diversas regiões e municípios do Estado, como Porto Alegre, São Leopoldo, Canoas, Camaquã, Cristal, Piratini, Pinheiro Machado, Bagé e Livramento, sinalizando adesão. O presidente do Sindicam afirma que a manifestação não foi convocada pela entidade, mas que ele presta apoio aos colegas de profissão para garantir organização do ato diante de um pleito por melhores condições de trabalho.
— Estamos apoiando o pessoal. Esse movimento é dos caminhoneiros autônomos, que já estão descontentes. Desde o ano passado, quando assumimos o Sindicam, o pessoal já vem nos procurando para alguma posição em relação a frete e tal. Agora, com esse movimento nacional, o pessoal aproveitou para cobrar o frete mínimo e as outras pautas nacionais.
O dirigente afirma que a orientação aos motoristas é ficar em casa. Em outros cenários, como a possibilidade de atos nas estradas, ele afirma ser necessário garantir a circulação em alguns casos especiais e prioritários, como de cargas vivas, perecíveis, de veículos oficiais, de materiais destinados a hospitais e de caminhões de coleta de lixo. Rosa reforça que o ato não tem posicionamento político.
A Federação dos Caminhoneiros Autônomos do Estado (Fecam-RS) optou por não realizar paralisação neste momento. Posicionamento publicado no site da entidade informa que reunião organizada pela Confederação Nacional dos Caminhoneiros e Transportadores Autônomos de Bens e Cargas (Conftac), da qual a Fecam-RS faz parte, decidiu que não é o momento oportuno para mobilizações nesse sentido, mesmo em um cenário onde a categoria está sendo prejudicada: “Por maioria, expõe que o momento não é oportuno para a realização de um movimento de paralisação, visto os danos irreparáveis que podem ser gerados para a sociedade brasileira”, diz trecho do comunicado.
O presidente da Fecam-RS, André Costa, também reforça que a entidade não recebeu nenhum documento de sindicato que fez algum tipo de assembleia e tomou decisões em nome da categoria para a greve.
País
No país, o ato é convocado e organizado pelo Conselho Nacional do Transporte Rodoviário de Cargas (CNTRC). Essa entidade enviou ofícios a órgãos como o Departamento de Proteção e Defesa do Consumidor e a Presidência da República para notificação e aviso da paralisação. No documento, o CNTRC informa congregar 26 entidades, entre sindicatos, associações e cooperativas, representativas dos transportadores rodoviários de cargas, e 40 mil caminhoneiros.