Pela segunda vez em 2020, a prefeitura de Tenente Portela, no noroeste do Estado, precisou decretar situação de emergência por conta da estiagem. O município foi o primeiro a voltar a informar o problema ao governo gaúcho neste segundo semestre, e publicou o decreto em outubro. O reconhecimento da União ocorreu na semana passada. Até o momento, 270 famílias, localizadas na área rural, já estão precisando de auxílio da prefeitura para conseguir água para consumo.
O município também começou a ter, novamente, dificuldades para o fornecimento de água para os animais, e auxilia cerca de 30 famílias com esse problema. Nas lavouras, a prefeitura calcula que a safra de milho tenha uma perda de mais de 60%. A soja foi plantada, mas, sem a volta da chuva, deve igualmente registrar prejuízo.
O prefeito de Tenente Portela, Clairton Carboni, afirma que a estiagem esteve presente durante todo o ano de 2020.
— Passamos o ano todo perfurando poços artesianos, abrindo bebedouros e buscando alternativas para auxiliar a população. Entre maio e junho, a chuva veio e aliviou o problema, mas nunca parou a demanda por água no município — afirmou.
Outra preocupação envolve a área urbana que segue com o abastecimento por meio do transporte de água feito pela Companhia Riograndense de Saneamento (Corsan). Conforme a prefeitura, a companhia entrega 60 mil litros de água por dia. Em reunião marcada para esta quinta-feira (19), o Executivo municipal solicitará uma segunda caixa de água e a viabilidade da construção de uma estação de tratamento, dada a dificuldade para localizar água nos poços artesianos.
A Defesa Civil Estadual divulgou nesta quarta-feira (18) que 48 municípios gaúchos decretaram situação de emergência por conta da falta de chuva. Do total, cinco tiveram o decreto homologado e quatro já foram reconhecidos pela União.