O governador de São Paulo, João Doria (PSDB) afirmou, nesta sexta-feira (16), que a vacinação contra a covid-19 no Estado será obrigatória. A afirmação vai de encontro a declarações anteriores do governo federal de que não obrigaria os brasileiros a serem imunizados. Horas mais tarde, o presidente Jair Bolsonaro publicou nas redes sociais que o Ministério da Saúde não vai impor a imunização.
"Já garanti que aqui os 45 milhões de brasileiros de São Paulo serão vacinados e a vacinação será obrigatória, exceto se o cidadão tiver uma orientação médica e um atestado médico que não pode tomar a vacina. E adotaremos as medidas legais se houver alguma contrariedade nesse sentido", disse Doria.
Ele indicou, ainda, que não há sentido em vacinar apenas parte da população.
"Não é possível imaginar - e eu aprendi isso com os médicos, temos três aqui ao nosso lado - numa pandemia, vacinar alguns e não vacinar outros. Enquanto tivermos pessoas não vacinadas em larga escala, continuaremos tendo a presença do vírus, a contaminação e morte", continuou Doria, em coletiva de imprensa, ao responder uma pergunta sobre uma data para decidir se a vacina será incluída no cronograma de vacinação nacional.
Reação de Bolsonaro
Horas mais tarde, Bolsonaro reagiu. Nas redes sociais, ele publicou trechos de leis sobre imunização da população.
Conforme parte de uma lei de 1975 citado pelo presidente, "os governos estaduais, COM AUDIÊNCIA PRÉVIA do Ministério da Saúde, PODERÃO propor medidas legislativas complementares visando ao cumprimento das vacinações, obrigatórias por parte da população, no âmbito dos seus territórios".
O presidente ainda afastou a possibilidade de obrigar a vacinação.
"O Ministério da Saúde irá oferecer a vacinação, de forma segura, sem açodamento, no momento oportuno, após comprovação científica e validada pela ANVISA, contudo, sem impor ou tornar a vacinação obrigatória", escreveu.
"A data final para decisão é no dia 21. Não faltam mais informações, não faltam mais dados, não faltam mais elementos para que o ministério (da Saúde) possa decidir e a Anvisa tomar a sua decisão, dados os resultados dessa terceira e última fase da testagem da vacina Coronavac", completou.
O governador afirmou que vai respeitar o prazo exigido pela Anvisa, de 60 dias, para liberar a autorização.
"Confiamos na Anvisa, na sua isenção, na sua capacidade técnica, como tem sido até aqui, e temos certeza que isso não vai mudar."
Doria espera que o imunizante seja compartilhado com todos os outros Estados brasileiros.