Acusada de mandar matar o marido, a deputada federal Flordelis (PSD-RJ), 59 anos, foi na tarde desta quinta-feira (8) a uma unidade da Secretaria de Administração Penitenciária (Seap) do Estado do Rio de Janeiro para instalar o aparelho, cumprindo ordem judicial de 18 de setembro.
Ela tinha até as 17h30 desta quinta-feira para fazer isso. Por volta das 15h, Flordelis chegou à sede da Seap em São Gonçalo (região metropolitana do Rio), de onde saiu cerca de 10 minutos depois, sem falar com a imprensa.
A parlamentar, que é pastora evangélica e cantora gospel, é considerada pela Polícia Civil do Rio a mandante do assassinato do próprio marido, o pastor Anderson do Carmo, morto em 16 de junho de 2019 ao chegar em casa, em Niterói. Ele tinha 42 anos.
Em 24 de agosto, Flordelis foi denunciada pelo Ministério Público do Estado do Rio (MP-RJ) por quatro crimes consumados e um tentado: homicídio triplamente qualificado, tentativa de homicídio duplamente qualificado, associação criminosa, uso de documento falso e falsidade ideológica. Com imunidade parlamentar, ela não foi presa. Sete filhos e uma neta de Flordelis, também denunciados pelos crimes, estão presos.
Em 18 de setembro, a pedido do Ministério Público do Rio, a juíza Nearis dos Santos Arce, da 3ª Vara Criminal de Niterói, determinou que a deputada use tornozeleira e não saia de casa entre 23h e 6h. A ordem judicial, no entanto, só teria eficácia a partir da intimação da parlamentar. Como os oficiais de justiça não conseguiam localizar Flordelis, em 1º de outubro a juíza determinou que ela fosse intimada mesmo fora do horário de expediente e "se necessário com auxílio da força policial".
A parlamentar só foi intimada às 19h de terça-feira (6), em sua casa em Niterói, e tinha até o fim da tarde desta quinta-feira para instalar a tornozeleira.