SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - O Governo de São Paulo está testando a implantação de um sistema para medir a temperatura dos passageiros do Metrô. Nesta quinta-feira (2) foi instalada uma câmera na catraca de entrada da estação Sé, no centro da capital, que afere a temperatura da superfície da pele. Quem registrar acima dos 37,5º C será impedido de entrar, por ser um dos sintomas da Covid-19.
O monitor gera um alerta e um funcionário do Metrô vai até esse indivíduo para encaminhá-lo a um posto de saúde. O sistema consegue avaliar até 2.000 pessoas por minuto e possui sensores faciais que identificam o rosto da pessoa e se ela está de máscara.
Ninguém foi impedido de entrar no dia do teste, uma vez que não há ainda regulamentação para tal. Ao lado do sensor, uma funcionária da companhia distribuía máscaras descartáveis, enquanto um outro funcionário orientava os usuários sobre o uso obrigatório do acessório de proteção.
Leonardo do Carmo Silva, 49, considera boa a iniciativa. "Eu acredito que tudo que é feito para tentar deixar a gente mais seguro é válido, principalmente, no transporte público. A gente tem que trabalhar, mas ninguém que ficar doente. De repente, a pessoa está com o coronavírus e nem sabe, e se esse medidor vai avisar, pode ser bom para a própria pessoa", afirma o técnico em contabilidade.
Já o analista de TI Érick Santana, 31, tem dúvidas sobre a eficácia da medida. "Por um lado acho bom que tentem evitar que pessoas doentes entrem no metrô. Mas será que medir a temperatura é eficaz? E se a pessoa não tiver febre, mas estiver doente? Não dá para saber. Muita coisa a gente não sabe sobre a doença. Se me barrarem eu não entraria, mas muita gente pode simplesmente ir para outra estação aqui perto ou pegar um ônibus".
O Metrô planeja a utilização desse tipo de inovação em outras estações da rede e, para isso, abriu no último dia 20 um chamamento público para que as empresas apresentem suas tecnologias e propostas de implantação. Não há um prazo para a conclusão do processo.
Esse tipo de equipamento já está sendo utilizado em outros locais do país, como no aeroporto de Brasília, em funcionamento desde maio.
Em nota, o Metrô informou que, desde o início da pandemia, a companhia intensificou a limpeza dos trens -que passaram a ser limpos também ao final de cada viagem- e estações, distribuiu quase 1 milhão de máscaras aos passageiros, forneceu os insumos de precaução aos funcionários e instalou cabines neutralizadoras nas estações Itaquera, Paraíso, Sé, Ana Rosa, Sacomã, Tamanduateí, Chácara Klabin, Vila Prudente e Alto do Ipiranga, que borrifam uma solução que ajuda a eliminar a presença do vírus nas superfícies das pessoas (roupas, cabelo, pele).