Coronavírus veio do inseticida? Paciente com coronavírus curada em 24 horas com medicamentos de aids? Coronavírus eliminado com tigela de água de alho bem fervida?
O Ministério da Saúde alerta: tudo isso é fake news. Essas mensagens fazem parte de um grupo de correntes, "notícias" e áudios ligados ao novo coronavírus recebidos pela pasta no último mês, por meio do serviço intitulado Saúde sem fake news, criado para analisar notícias falsas.
Não é pouca coisa. De 6,5 mil mensagens recebidas e analisadas entre 22 de janeiro e 27 de fevereiro, 90% eram relacionadas ao novo vírus. Desse total ligado ao coronavírus, 85% eram falsas. Os dados são de balanço divulgado na sexta-feira (28).
Segundo o secretário-executivo do ministério, João Gabbardo dos Reis, foram identificadas 41 tipos de mensagens mais recorrentes sobre o tema:
— Uso de vitaminas e chás que alegam curar a doença é a mais comum. E sempre são notícias falsas, porque nenhuma dessas indicações têm comprovação científica de que possa ser benéfica para quem está com coronavírus.
Também é frequente o recebimento de mensagens com teorias da conspiração de que o vírus teria sido criado em laboratório ou disseminado deliberadamente. De acordo com o ministério, essas informações também são falsas.
Em janeiro, quando o maior número de casos novos ainda era concentrado na China e havia menos informação sobre o vírus, também era comum o envio de vídeos e fotos de pessoas caindo e desmaiando nas ruas — o problema é que tudo era "fake", de novo.
— São vídeos que haviam sido publicados muito antes do aparecimento do coronavírus — afirma Gabbardo.
A pasta costuma colocar um carimbo de "isto é fake news" para informar quais notícias são falsas e "isso é verdadeiro" para as já checadas e confirmadas. O número para recebimento das mensagens é (61) 99289-4640.
Nas últimas semanas, a Organização Mundial de Saúde (OMS) tem apontado as fake news como um dos principais desafios em relação ao novo coronavírus.