Um menino de 10 anos é a 58ª morte registrada em decorrência das chuvas das últimas semanas em Minas Gerais. O número foi confirmado pela Defesa Civil estadual na tarde desta segunda-feira (3).
O caso aconteceu no domingo, na cidade de Esmeraldas (a 56 quilômetros de Belo Horizonte). O menino estava na cachoeira Ponte Quebrada, com a família, quando caiu em um buraco e foi arrastado pela correnteza, segundo os bombeiros.
Ainda segundo a corporação, a criança se afogou antes do início das chuvas, que provocara o fenômeno de cabeça de água, enxurrada que se forma após chuvas, com aumento do fluxo de águas nas cabeceiras.
O caso, no entanto, foi contabilizado como morte em decorrência das chuvas, pela Defesa Civil, ainda que o efeito tenha sido indireto, porque a chuva contribuiu para o aumento do nível do rio.
— Esse fenômeno prejudicou a capacidade da família tentar adentrar e retirar a criança e após aumento do nível da água no local (de três a cinco metros de profundidade), e a ausência de luz natural, a guarnição cessou os trabalhos e retomou hoje pela manhã, utilizando de mais militares e dos barcos e mergulhadores — disse o tenente Sandro Junior.
A criança foi encontrada no início da tarde desta segunda-feira, próxima ao local que havia sido indicado pela família. A cabeça de água, fenômeno repentino, que ocorre por conta das chuvas nos leitos, é um risco comum na região.
Três pessoas de uma mesma família morreram em ocorrência similar no início de janeiro, em Guapé, no sul de Minas. Em dezembro de 2018, cinco pessoas morreram em outro caso registrado em São João Batista do Glória.
Até o momento, as chuvas que atingiram Minas Gerais nas últimas semanas deixaram 196 municípios mineiros em situação de emergência, pelo decreto estadual.
Ainda nesta segunda, o governador Romeu Zema (Novo) disse que está analisando medidas para mitigar os prejuízos causados pelas chuvas a pequenos empresários.
Entre as propostas está a possibilidade de prolongar o pagamento do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) e linhas de crédito com prazo espichado, junto a bancos como o BDMG, Banco do Brasil e Caixa Econômica Federal.
Na quinta-feira, o presidente Jair Bolsonaro sobrevoou áreas atingidas na região metropolitana de Belo Horizonte e anunciou ajuda de R$ 892 milhões, por meio de medida provisória, para três Estados da região Sudeste atingidos pelas chuvas: Minas, Espírito Santo e Rio de Janeiro.