O presidente Jair Bolsonaro anunciou a liberação de R$ 1 bilhão para ajudar os três Estados da região Sudeste atingidos pelas chuvas em janeiro: Espírito Santo, Rio de Janeiro e Minas Gerais.
O anúncio foi feito nesta quinta-feira (30), no Aeroporto de Confins, em Minas Gerais, depois que Bolsonaro sobrevoou por uma hora a Capital e cinco cidades atingidas da região metropolitana de Belo Horizonte.
— Estamos trabalhando ombro a ombro para buscar mitigar os problemas ocorridos com essa catástrofe que aconteceu nos últimos dias — afirmou ele em uma fala que durou menos de dois minutos.
O presidente não respondeu a perguntas de jornalistas, nem entrou em detalhes sobre de onde virá o dinheiro ou quanto será destinado a cada Estado.
Para a liberação do dinheiro anunciado, municípios terão que apresentar demandas para o Ministério de Desenvolvimento Regional, para que sejam analisadas.
Depois do sobrevoo, Bolsonaro se reuniu com o governador Romeu Zema (Novo) e sete prefeitos para discutir destinação de recursos e ações tomadas até agora sobre os danos.
Desde sexta-feira, as chuvas em Minas Gerais deixaram 55 mortos. Cerca de 50 mil pessoas ainda estão fora de casa em municípios atingidos.
Bolsonaro foi acompanhado por ministros das pastas de Defesa, Infraestrutura, Cidadania, Saúde, Turismo, Desenvolvimento Regional, Secretaria de Governo e (GSI) Gabinete de Segurança Institucional, segundo o Planalto.
Até o momento, 101 cidades mineiras entraram no decreto estadual de situação de emergência e cinco decretaram estado de calamidade pública.
O prefeito de Belo Horizonte Alexandre Kalil (PSD), em entrevista na quarta-feira (29), disse que a prefeitura iria pedir ajuda entre R$ 300 milhões ou R$ 400 milhões para o governo federal para as obras de recuperação da cidade.
A capital mineira sofreu outro golpe com um novo temporal na terça-feira. A cidade registrou 13 mortos desde sexta. Kalil também participou da reunião com Zema e Bolsonaro, após o sobrevoo nesta quinta.
Como a Folha de S.Paulo mostrou, o gasto do governo federal em prevenção de desastres naturais em 2019 foi o menor em 11 anos. O governo Bolsonaro usou menos de um terço dos recursos previstos no Orçamento.
Do total reservado para 2019, só R$ 99 milhões foram liquidados (quando há execução do serviço contratado). A verba do ano passado era de R$ 306,2 milhões.
Em 2012, em comparação, o montante equivalia a R$ 4,2 bilhões em valores corrigidos pela inflação.
O governado de Minas Gerais liberou R$ 336 milhões devidos aos municípios atingidos por verbas de ICMS, IPVA e Fundeb. Cerca de R$ 3,4 milhões do piso mineiro, verba de assistência social, também foram liberados.
— A nossa prioridade foi colocar a Defesa Civil do estado à disposição das prefeituras, orientando, acompanhando, e priorizar a ajuda humanitária que tem sido feita com a ajuda dos Correios — disse Zema a jornalistas.
"Parece que o pior já ficou para trás, mas o estado estará atento a tudo".