Um avião com 82 passageiros fez um pouso não-programado em Chapecó (SC), no Aeroporto Serafim Enoss Bertaso. O incidente aconteceu às 18h50min de sexta-feira (27). Apesar do susto, ninguém ficou ferido e a viagem teve continuidade, horas mais tarde.
A aeronave, um jato Embraer E195AR da empresa Azul Linhas Aéreas, decolou de Foz do Iguaçu (PR) com destino a Porto Alegre (RS). Quando o avião nivelou a tripulação notou que começou a sair fumaça da cabine. Os tripulantes informaram o fato para a Torre de Controle de Curitiba (PR) e pediram um aeroporto para o pouso de emergência. A torre informou e autorizou a aterrissagem no Aeroporto de Chapecó.
Quando o avião se aproximou do pouso em Chapecó não havia mais fumaça na cabine. A situação na aeronave foi vistoriada e ela decolou novamente às 21h30min, sem apresentar novos problemas, pousando uma hora depois em Porto Alegre.
Conforme o sargento Ewerton Luiz de Oliveira, do 6º Batalhão de Bombeiro Militar de Chapecó, o Serviço de Prevenção, Salvamento e Combate a Incêndio em Aeródromos Civis (Sescinc) - que tem uma unidade no aeroporto local - sequer precisou ser acionado para a ocorrência. A fumaça já tinha parado. A suspeita é que um curto-circuito num fusível tenha causado o incidente, mas a peça teria sido trocada e a aeronave retomou o voo para Porto Alegre.
— Eles fizeram certo. Qualquer fumaça, por menor que seja, pode significar incêndio. E fogo num avião é possivelmente a pior emergência — define o sargento, que também é piloto de aeronaves.
Apesar de ter sido controlado, o incidente causou muito medo nos passageiros, que foram avisados da necessidade de um pouso inesperado em Chapecó. Diana Cascán Valiente, médica que trabalha no Hospital Mãe de Deus, em Porto Alegre, estava no voo que vinha da Foz e apresentou fumaça à bordo. Em entrevista a GaúchaZH, ela disse que muita gente gritou ao perceber cheiro de queimado. Um tripulante avisou que era problema no ar-condicionado.
— O avião começou a descer. A tripulação tentou nos acalmar, mas muitos começaram a rezar, inclusive eu, que sou católica. Depois o cheiro começou a diminuir. Pousamos em segurança e ao final agradeci à piloto, uma mulher, por ter feito a aterrissagem com prudência. Fomos também bem recebidos em Chapecó, nos deram água, tranquilizaram. Um engenheiro da empresa avisou que o problema estava consertado, que isolaram a parte do ar-condicionado que não funcionava — descreve.
Assim como a maioria dos passageiros, Diana optou por continuar a viagem no mesmo avião e já está em Porto Alegre. Ela relatou sua experiência também nas redes sociais.
A empresa Azul divulgou o seguinte posicionamento, sobre o incidente:
"A Azul informa que devido a uma manutenção não programada, a aeronave que fazia o voo AD5179 (Foz do Iguaçu - Porto Alegre) de ontem efetuou um pouso técnico em Chapecó para inspeção. Após avaliação do time de manutenção da empresa, a aeronave foi liberada para seguir viagem até seu destino final. A Azul prestou toda a assistência necessária aos seus Clientes, conforme prevê a resolução 400 da Anac e lamenta eventuais aborrecimentos. A empresa ressalta que ações como essa são necessárias para garantir a segurança de suas operações".