Após o governo federal ter terminado com o Dpvat, seguro obrigatório para veículos, por meio de medida provisória, o impasse gira em torno de quem será responsável por pagar os papéis usados para emitir o documento de licenciamento.
Em entrevista ao Gaúcha Atualidade, o diretor-geral adjunto do Detran-RS, Marcelo Soletti, garantiu que o órgão fará o possível para absorver esses custos, sem repassar novas taxas para os proprietários de veículos.
— Vamos buscar meios de absorver esses valores dentro do que já é cobrado, melhorar os nossos processos para que não haja nenhum custo adicional ao cidadão. A gente sabe o quanto é pesada toda essa questão que envolve o trânsito.
O total que precisará ser absorvido é de R$ 4,15 por veículo — valor "embutido" no custo do Dpvat que era usado pela Seguradora Líder para a compra do papel-moeda. As cédulas verdes são usadas para a impressão do Certificado de Registro de Licenciamento de Veículo (CRLV).
No Estado, os gaúchos pagam ainda R$ 87,42 (primeira via, para veículos com até 15 anos) pela emissão do CRLV, armazenamento e processamento de dados e envio do documento pelos Correios. O que o Detran quer é, dentro desse valor, fazer com que seja comprado o papel-moeda:
— De alguma forma, a gente vai precisar colocar dentro desse valor. Temos buscado rever taxas. O Detran está aberto a discutir isso, porque estamos em processo de reformulação — explicou Soletti.
Ainda não se sabe quem fará a compra do papel junto à Casa da Moeda. Segundo Soletti, uma reunião da Associação Nacional de Detrans está prevista para esta quinta-feira (21). Uma das possibilidades é que um consórcio faça a compra do papel, mas isso ainda não foi definido.
O valor cobrado de Dpvat para carros particulares em 2019 foi de R$ 16,21. Para caminhões, o total chegou a R$ 16,77. Para motocicletas, a soma foi maior: R$ 84,58.