Em meio a rumores de abertura da CPI da Lava-Toga e recentes casos que levam o Supremo Tribunal Federal (STF) a personagens de livro, bastou uma crítica procedimental tomar contornos públicos na segunda-feira (1º) para que a Corte voltasse a ganhar atenção. No caso mais recente, a advogada Lilian Velleda Soares ironizou a demora no julgamento de um caso em manifestação enviada à ministra Rosa Weber. Em entrevista ao programa Estúdio Gaúcha, da Rádio Gaúcha, ela esclareceu a motivação da ação:
— Quando eu digo que ele (STF) é caríssimo e encastelado, eu não estou dizendo uma inverdade, eu trato de fatos. Se fizemos uso questões de linguagem, fizemos porque figuras de linguagem e ironia são questões de argumentação — afirma Lilian — Claro que surpreende, as pessoas não estão acostumadas, mas isso foi necessário diante da audiência da situação especifica. A crítica é procedimental, não é à pessoa da ministra (Rosa Weber). É ela que está lá, ela é o Estado — completa.
Assinado por Lilian e Maria Emília Valli, o comunicado conta a história de Celmar Lopes Falcão, servidor aposentado da Universidade Federal de Pelotas (UFPel) que aguardava há 11 anos uma decisão do Supremo e morreu no mês passado sem ver o seu pleito atendido.
"É com lástima que viemos aos autos juntar a cópia de atestado de óbito de Celmar Lopes Falcão, e dar-lhe os parabéns. Parabéns, ministra, pela demora!", escreveram as advogadas na prestação de informações protocolada no Tribunal.
De acordo com Lilian, a anotação ganhou contornos políticos inadequados a partir do conhecimento público, com publicações que apelam para questões fora do contexto do processo de Celmar Lopes. A advogada afirma que o conteúdo deveria ter permanecido dentro do processo.
— A manifestação que fizemos é protocolo, é uma manifestação dentro das regras do jogo. Essa publicização que nos surpreendeu — diz. — Quem publicizou não fomos nós, porque não é o nosso padrão de comportamento buscar publicidade para o nosso trabalho.
GaúchaZH entrou em contato com o gabinete da ministra Rosa Weber, mas não obteve retorno até as 10h.
