Os 156 bombeiros militares que se formaram na terça-feira (10) em Porto Alegre serão enviados nos próximos dias para 12 batalhões regionais do Corpo de Bombeiros do Rio Grande do Sul. Segundo o comando, eles já irão atuar em uma nova tarefa que vai ser implementada a partir de janeiro do próximo ano. O grupo vai trabalhar nas novas centrais de análise de Planos de Prevenção Contra Incêndios (PPCIs). O objetivo é que a parte inicial da operação seja toda informatizada e padronizada, diminuindo assim o tempo de espera das análises e, consequentemente, das vistorias.
O coronel César Bonfanti, comandante dos Bombeiros no Estado, diz que o foco é melhorar o tempo de resposta para os licenciamentos e alvarás, tendo assim mais agilidade na liberação de empreendimentos comerciais, residenciais e industriais. Segundo ele, as novas centrais serão lançadas no fim do ano e devem estar aptas para operar no início de 2020 totalmente informatizadas. Mas os novos bombeiros militares já estarão atuando previamente e se adequando ao novo serviço a ser disponibilizado.
— Em regra, até então, as pessoas tinham que ir pessoalmente nos batalhões de 93 cidades gaúchas para levar os documentos necessários e solicitar o PPCI. Nós, em todos esses quase 100 quartéis, tínhamos que analisar tudo e depois marcar a vistoria. O que mudou foi o fato de que a primeira parte, a partir de janeiro, será totalmente online e encaminhada diretamente para os 12 batalhões regionais — diz Bonfanti.
Depois dessa etapa online, sem a necessidade de ir nos quartéis, as vistorias continuarão sendo agendadas pelos 93 quartéis. Estes locais que antes faziam tudo — análise e vistoria — agora só farão as fiscalizações corriqueiras e as verificações finais nos empreendimentos comerciais, residenciais ou industriais. Ainda em relação à parte da análise, essa nova equipe formada esta semana reforçará o trabalho em um sistema que está sendo todo ele atualizado nos 12 batalhões regionais em parceria com a Companhia de Processamento de Dados do Estado do Rio Grande do Sul (Procergs). Com isso, Bonfanti diz que resolverá dois problemas: a demora e a falta de padrão.
Prazos e efetivo
Bonfanti diz que ainda não se pode afirmar em quanto tempo irá reduzir o trabalho de análise e vistoria com as novas centrais. Se em Porto Alegre há dois anos, por exemplo, o tempo médio era de 300 dias para a primeira parte e 75 dias para a segunda, atualmente já se faz a etapa inicial em 25 dias, e a segunda, em 5. O comando espera que esse tempo seja ainda menor, mas o mais importante é que o trabalho será mais abrangente e padronizado, liberando mais militares para realizar também a fiscalização. No Estado, o prazo médio atual para realização do PPCI é de 20 dias para análise e 15 para vistoria.
O Corpo de Bombeiros informa que estes 156 novos integrantes passaram em um concurso que teve 450 aprovados. O restante a ser chamado, ainda sem data prevista, também será distribuído para todo o Estado, mas este contingente irá atuar na parte operacional, priorizando o combate direto a incêndios e os salvamentos. Hoje, há 3,1 mil bombeiros militares no Rio Grande do Sul e o déficit de efetivo está em torno de 30%.