O diretor-geral do Departamento Estadual de Trânsito (Detran-RS), Enio Bacci, discorda da proposta do governo federal que prevê a coexistência da placa no padrão Mercosul e do modelo antigo no país. Em entrevista ao programa Gaúcha Atualidade, nesta terça-feira (14), Bacci também mostrou preocupação com a possibilidade de criação de um novo tipo de placa:
— Vejo hoje poucas mudanças em relação ao que está ocorrendo, mas uma me preocupa muito. É a possibilidade de manter coexistindo as duas placas. A placa antiga e a placa do Mercosul de forma eterna, perene, e até a ideia de criar uma placa nova do Mercosul, um pouco diferente — disse.
— Ou o governo mantém a placa antiga – nada contra, é uma decisão do Denatran, se quiserem retornar à placa cinza –, ou mantém a nova placa do Mercosul. As duas coexistindo eternamente não vai funcionar — complementou.
Bacci defende a escolha de um modelo padrão e um processo que promova o fim do sistema antigo gradualmente.
— Se nós mantivermos a placa do Mercosul e os veículos que forem transferidos ou novos emplacamentos com essa placa, nós calculamos que, em cinco anos, vamos ter praticamente 99% dos veículos gaúchos com uma placa apenas, a do Mercosul.
O diretor reconhece que defendeu a placa cinza anteriormente, mas entende que a melhor solução no momento é manter o processo que está sendo empregado atualmente para evitar problemas logísticos.
— Nós temos hoje 293 estampadores no Rio Grande do Sul. Cada um desses estampadores adquiriu uma máquina por fazer a nova placa. Uma máquina que custa R$ 30 mil, R$ 40 mil, R$ 50 mil. Essa estrutura já está funcionando. Desde o fim do ano passado, o Rio Grande do Sul não tem uma fábrica ou alguém que faça a placa antiga.
As eventuais mudanças no modelo e na implantação da placa padrão Mercosul seguem sendo estudadas pelo governo federal, segundo o Ministério da Infraestrutura. Nos últimos dias, o Denatran encaminhou uma minuta modelo aos Detrans com as propostas de alteração e solicitou apontamentos ou sugestões até quarta-feira (15). O Detran-RS enviou dois técnicos a Brasília para tratar do tema.