As 26 escolas públicas que sofreram danos em decorrência dos temporais dos últimos dias não serão consertadas antes do início do ano letivo, marcado para 20 de fevereiro. A projeção é do secretário estadual da Educação. Faisal Karam destacou nesta quinta-feira (17) que as escolas afetadas ainda estão passando por vistorias e elaboração dos projetos de reformas emergenciais. Além da burocracia necessária, a demora se deve, segundo Karam, à falta de servidores públicos.
— Elas (as reformas) não estarão prontas no início do ano letivo, tem que ficar claro, porque tem um procedimento licitatório. Não existe mágica, não existem equipes, não existem profissionais. Estamos com 71 (outras) obras para iniciar e estamos com dificuldade de profissionais que assinem como fiscais. O quadro técnico não comporta — argumentou Karam.
O número de crianças e jovens que serão impactados pelos danos, segundo a Secretaria da Educação (Seduc), ainda está sendo calculado. Por ora, segundo o secretário, o trabalho é de realocar turmas em outras escolas “para que o aluno não comece o ano letivo sem sala de aula”.
A projeção foi feita durante cerimônia em que o governador Eduardo Leite autorizou o início de obras, em sua maioria emergenciais, para 17 escolas, uma penitenciária e um esquadrão da Brigada Militar. As melhorias foram definidas e licitadas ainda pela gestão de José Ivo Sartori e somam R$ 7,1 milhões.
— Essas obras, que deveriam ser feitas como manutenção regular, pela precariedade que alcançaram muitas escolas, se tornam reformas mais substanciais. Nosso desafio é promover as reformas com foco em manutenção dos equipamentos — ponderou o governador, cobrando, na sequência, “integração” entre as secretarias de Obras e Educação.
Obras menores terão prioridade
O secretário da Educação também garantiu que, diante da quantidade de problemas já diagnosticados nas escolas gaúchas, a prioridade de novas obras será para questões mais básicas, evitando as grandes obras. A demanda atual da Seduc, feita pelas coordenadorias regionais, é de 1,5 mil obras.
— Esse é um processo que será totalmente revisto para determinar o que é prioridade. Não adianta a gente ficar pensando em grandes obras se o básico não é feito. Muitas das nossas escolas não tem refeitório, uma despensa. Essa é a realidade — disse Karam.
Além das dificuldades para reformar as escolas, o secretário da Educação destacou as dificuldades pedagógicas de atrair atenção dos alunos, destacando os exemplos positivos do Ceará, Amazonas e Rondônia. A melhora da educação, disse Karam, passa por investimentos em tecnologia, inovação, criatividade e valorização profissional.
— Como vamos valorizar o profissional que nem o salário está recebendo em dia? Esse é o grande desafio, colocar o salário do educador em dia — lembrou.
Escolas que sofreram danos em razão do mau tempo
- Visconde de São Leopoldo - São Leopoldo
- Dr João Daniel Hillebrand - São Leopoldo
- Otávio Rosa - Novo Hamburgo
- Prof. Luiza - Novo Hamburgo
- Wolfran Metzler - Venâncio Aires
- Dr Zeno Pereira Luz - Encruzilhada do Sul
- Padre Rômulo Zanchi - Santa Maria
- Prof. Adelina Zanchi - Faxinal do Soturno
- Demétrio Ribeiro - Alegrete
- Freitas Valle - Alegrete
- Odila Villardo de Morais - Itaqui
- Flores da Cunha - Uruguaiana
- Roberval Beheregaray Azevedo - Uruguaiana
- República do Uruguai - Uruguaiana
- 11 de Abril - Mostardas
- Roseli Correia da Silva - Eldorado do Sul
- Luiza Formighieri - Paim Filho
- Jesus Menino - Barracão
- Dr Hector Acosta - Santana do Livramento
- General Antônio de Souza Netto - Iraí
- Celeste Gobbato - Palmeira das Missões
- Padre Pacífico - Vacaria
- Governador Walter Jobim - Viamão
- Escola Técnica de Agricultura - Viamão
- Agostina Dill - Condor
- Paulo Frontin - Carazinho