O Rio Grande do Sul conta com 617 médicos cubanos em atuação nos postos de saúde do Estado, todos inseridos no Programa Mais Médicos – lançado pelo governo federal em 2013. Com a decisão do governo de Cuba de retirar-se do programa de cooperação, o futuro desses profissionais tornou-se incerto.
Dos 617 cubanos em solo gaúcho, 13 estão destinados ao atendimento da população em Porto Alegre através das equipes da Saúde da Família. A prefeitura da Capital ainda não se manifestou oficialmente sobre o assunto.
A decisão de Cuba foi comunicada à Organização Pan-Americana de Saúde (Opas) e repassada ao Ministério da Saúde brasileiro. O governo federal garantiu que fará a convocação, nos próximos dias, de um edital para médicos que queiram ocupar as vagas que serão deixadas pelos profissionais cubanos. Será respeitada a convocação prioritária dos candidatos brasileiros formados no Brasil seguida de brasileiros formados no exterior.
"O Ministério da Saúde está adotando todas as medidas para garantir a assistência dos brasileiros atendidos pelas equipes que contam com profissionais de Cuba", destaca a nota.
Em 2016, de acordo com dados do governo federal, 11,4 mil cubanos trabalhavam no Mais Médicos. Em 2018, o número caiu para 8.332. Ao todo, o programa é composto por 18.240 vagas.
O presidente eleito, Jair Bolsonaro, defendeu a adoção de critérios para a permanência dos mais de 11 mil médicos que atuam no Brasil, condições rechaçadas pelo governo de Cuba. Apesar de afirmar que é possível ocupar as vagas que ficarão abertas com brasileiros, não detalhou como pretende enfrentar a questão.