Desde 2016, Santa Maria deixou de ter uma das principais festividades do calendário nacional: o Carnaval. À época, a prefeitura alegou que a situação financeira do município impedia a realização da festa. E, assim foi, nos anos seguintes: 2017 e 2018. Agora, para impedir com que Santa Maria fique pelo quarto ano consecutivo sem o Carnaval de Rua, prefeitura e a Associação Aliança pelo Samba ensaiam os primeiros passos para fazer com que a Avenida Liberdade – tradicional ponto do desfile das escolas de samba – volte a ser o endereço da folia. O custo previsto para a realização da festividade é de R$ 648 mil, conforme a Associação Aliança pelo Samba, que congrega as oito entidades carnavalescas do município.
Do lado da prefeitura, o chefe da Casa Civil, Guilherme Cortez, disse a GaúchaZH que “está tudo em aberto”. O tema traz, consigo, alguns questionamentos que seguem ainda em aberto como, por exemplo, a forma de custear a festividade. E também se há margem para a realização de parcerias público-privadas. Ou, até mesmo, a captação de verbas por meio da Lei Roaunet, a exemplo do que tem sido feito no Natal, nos últimos dois anos.
— Obviamente que não haverá a colocação de dinheiro da prefeitura nisso (Carnaval). Mas, é claro, que vamos trabalhar juntos para auxiliar na captação de recursos —, diz Cortez.
Neste ano foram realizadas duas reuniões, entre a associação e a prefeitura, para tentar alinhar alguma alternativa de busca de recurso para a festividade. Porém, o saldo não tem se mostrado satisfatório, de acordo com Leonardo Ribeiro:
— Estamos preocupados e, de certa forma, entristecidos. Mas estamos trabalhando e buscando caminhos e meios de impedir com que Santa Maria fique pelo quarto ano consecutivo sem o Carnaval de Rua. Mas vamos, nos próximos dias, dar início à busca de apoio junto ao empresariado.
Ribeiro afirma que a Associação Aliança pelo Samba apresentou, recentemente, um projeto junto à Secretaria Estadual de Cultura. A ideia é que a matéria seja contemplada pela Lei de incentivo à Cultura (LIC), que é uma ferramenta de fomento indireto. Ou seja, o Estado oferece benefício fiscal para empresas que patrocinem os projetos culturais aprovados pelo Conselho Estadual de Cultura.
Em caso de o Carnaval de Rua do próximo ano sair do papel, a folia será em março.