O ministro da Casa Civil do governo federal, Eliseu Padilha, reafirmou o compromisso do país com os venezuelanos, em entrevista ao programa Gaúcha Faixa Especial na noite deste domingo (19). Ele citou o confronto dos imigrantes com moradores da cidade de Pacaraima, no estado de Roraima, que ocorreu no sábado (18) graças a um suposto assalto ocorrido contra um comerciante da região.
— O Brasil não pode se negar a receber os refugiados. Tudo será feito para que não ocorram mais episódios, como esse registrado em Roraima. O Brasil é signatário de tratados internacionais e temos o dever de receber esses refugiados — disse o ministro.
Segundo Padilha, mais de 115 mil venezuelanos já passaram pela fronteira brasileira — destes, mais da metade voltou para a Venezuela ou foi a outros países de avião. Padilha afirma que há entre 30 e 40 mil refugiados em território nacional. Mesmo assim, ele afirma que Pacaraima, principal porta de entrada dos venezuelanos, não é capaz de suportar tamanha onda migratória:
— Chegam a entrar cerca de 800 venezuelanos por dia. É impossível. É uma cidade de 15 mil habitantes. Mesmo Boa Vista (capital de Roraima) não consegue suportar esse inchaço.
Padilha também elogiou a atuação da Organização das Nações Unidas (ONU), de outros ministérios do governo e das forças policiais estaduais, que vêm "atuando em conjunto em uma operação complexa" para atender aos imigrantes. Segundo o ministro, são fornecidos kits de higiene pessoal, barracas, orientações para a confecção de carteiras de trabalho e vacinas — doenças como catapora e sarampo, por exemplo, ressurgiram porque o tratamento de saúde da Venezuela é "diferente do nosso".
Nesta segunda-feira (20), deve ser realizada uma nova reunião no Palácio do Planalto para discutir o tumulto de sábado (18) e o processo de redistribuição dos imigrantes entre outros Estados, como São Paulo e Rio de Janeiro. Neste domingo, o governo afirmou que enviará agentes da Força Nacional e voluntários de equipes de saúde para atender os venezuelanos.