Vereadores de Farroupilha querem incluir o município no projeto de lei que tramita na Câmara dos Deputados para a criação da Zona Franca do Vale dos Vinhedos. Quatro cidades são citadas na iniciativa do deputado João Derly (Rede): Bento Gonçalves, Garibaldi, Monte Belo do Sul e Santa Tereza. Em requerimento aprovado nesta segunda-feira (26), os vereadores farroupilhenses sugerem que o projeto adicione o município.
O vereador Fabiano Piccoli (PT) diz que ofícios serão encaminhados a Legislativos de outros municípios para pressionar pela ampliação da área que integraria a zona franca. Por isso, a sugestão é que o nome também seja alterado para Zona Franca da Região Uva e Vinho.
— A gente pede que seja estendido para todos os municípios que tenham como base a produção da uva e, consequentemente, a produção de vinho — comenta.
O projeto permite que a região tenha um regime tributário especial nas atividades da cadeia vitivinícola. Derly disse que encaminhará a atualização do estudo técnico de viabilidade para inclusão de Farroupilha e, depois, responderá à Câmara de Vereadores.
A Associação dos Produtores de Vinhos Finos do Vale dos Vinhedos (Aprovale), que idealizou o projeto, aponta que uma zona franca tem que respeitar uma área geográfica delimitada para que receba por um determinado período a isenção de impostos.
A diretora de infraestrutura da Aprovale, Deborah Villas-Bôas Dadalt, defende que apenas os municípios de Bento, Garibaldi e Monte Belo do Sul fiquem no projeto em uma primeira etapa. Segundo ela, a intenção é, inclusive, excluir Santa Tereza porque a cidade não faz parte do Vale. A empresária explica que uma das exigências é ter um órgão regulador que, neste caso, seria a própria Aprovale.
— A gente tem de conquistar aos poucos. O que cabe na nossa capacidade de gestão agora é o Vale dos Vinhedos — defende a idealizadora da iniciativa.
Depois do projeto aprovado, conforme Deborah, será possível pensar em expansão. Entre os benefícios que devem resultar da possível criação da Zona Franca do Vale dos Vinhedos, está a queda de até 50% no preço do vinho comercializado no varejo para a pessoa física, se houver isenção de impostos a nível municipal, estadual e federal.
A diretora da Aprovale considera que, apesar do alcance turístico, a venda de vinhos é prejudicada pelo custo no Vale. Por isso, o principal objetivo é inverter essa situação. A projeção é que, além das próprias vinícolas locais, lojas de outros pontos do país se instalem na Serra gaúcha que se tornaria um cenário mais favorável.
— O turista vai comprar o bom vinho brasileiro no Vale dos Vinhedos — afirma.
Além da economia, Deborah considera que o aspecto social também sofrerá impacto positivo, com um cenário mais positivo para que os jovens permaneçam no meio rural.