Líderes do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) e da Central Única dos Trabalhadores (CUT) afirmaram, nesta terça-feira (17), que não há previsão para a desocupação do prédio do Instituto Nacional de Reforma Agrária (Incra), na Avenida Loureiro da Silva, em Porto Alegre. Pela manhã, mais de 1,5 mil manifestantes vindos do Interior e da Região Metropolitana, ligados ao MST e à CUT, invadiram o pátio do órgão público e montaram centenas de barracas. A mobilização reivindica a recomposição do orçamento de 2018 para que famílias sejam assentadas e tenham acesso aos programas para desenvolvimento social e econômico.
No prédio do Incra, centenas de colchões e barracas, dezenas de banheiros e chuveiros químicos, um grande lote de alimentos e lonas improvisadas pelo pátio do órgão público apontam que a mobilização do MST e da CUT não tem previsão para o término. Líderes do movimento não detalharam a origem destes recursos e falam que a desocupação só ocorrerá quando houver acordo com o governo federal em medidas que beneficiem áreas destinadas às famílias acampadas e assentadas.
Neste ano, a proposta para a obtenção de terras teve corte de 86,7%, caindo de R$ 257 milhões para R$ 34,2 milhões. Além disso, recursos para assistência técnica aos assentados foi reduzido de R$ 85 milhões para R$ 12,6 milhões. O corte mais profundo no orçamento foi para o Programa de Aquisição de Alimentos, que passou de R$ 318,6 milhões para R$ 750 mil.
A proposta de orçamento para 2018 foi enviado pelo presidente Michel Temer ao Congresso Nacional em agosto, e a votação deve ocorrer em dezembro.